Citado no comunicado enviado após a conclusão da reunião ordinária que decorreu na quarta-feira à noite, em Lisboa, e cujo ponto único era a aprovação daquele documento, o presidente do Montepio, António Tomás Correia, afirma que esta “votação expressiva (…) demonstra, mais uma vez, o grau de envolvimento e a motivação” dos associados com a instituição.
“Estamos fortemente mobilizados para contribuir em 2018 para o desenvolvimento económico e social do país através do relacionamento com as instituições do terceiro setor”, acrescenta.
Segundo o plano de ação e orçamento divulgado aos associados, a Associação Mutualista prevê que este ano consiga lucros de 17,4 milhões de euros e 30,5 milhões de euros em 2018.
Em 2016, a Associação Mutualista conseguiu lucros de 7,4 milhões de euros, numa inversão dos resultados face ao prejuízo de 393,1 milhões de euros de 2015.
Apesar da divulgação destas perspetivas financeiras, à Associação Mutualista Montepio ainda falta dar a conhecer as contas consolidadas referentes a 2016. É nestas contas que a associação faz a consolidação dos resultados de todas as empresas em que tem participações no capital, permitindo uma visão mais abrangente da sua situação.
Quanto a este ponto, o presidente do Montepio disse aos associados, no arranque dos trabalhos, que a Associação Mutualista irá apresentar as contas consolidadas de 2016 “nos prazos estatutariamente previstos, ou seja, até 31 de março de 2018″, garantido que esta prestação de contas será feita “com rigor e transparência e no quadro legal existente”.
Na mensagem que dirigiu aos associados no início da reunião magna, o presidente da Associação Mutualista e do Grupo Montepio afirmou ainda que a Associação Mutualista é “o maior exemplo da capacidade associativa” do país, lamentando que esta seja uma “característica tantas vezes esquecida”.
António Tomás Correia referiu também que “o Montepio é a mais representativa instituição da economia social” e é “o maior exemplo da capacidade associativa da nossa sociedade civil”.
“E essa característica tantas vezes esquecida por muitos que falam e escrevem sem procurar esclarecimento – não só nos responsabiliza – mas também nos estimula para dar continuidade a este projeto e fortalecê-lo como pilar do desenvolvimento da economia social e cooperativa”, disse.
O presidente do Montepio defendeu que ter uma instituição financeira da economia social que seja “robusta, sólida, portuguesa, resiliente a crises (…) sem qualquer necessidade de ajuda financeira pública e sem alienar capital a grupos privados ou estrangeiros possibilitará no curto prazo uma progressiva otimização e geração de valor”.
Esta assembleia geral surge numa altura em que está ainda em aberto uma possível entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) no capital da Caixa Económica Montepio Geral(CEMG), bem como o valor que será injetado e a participação com que ficará, temas que ficaram de fora da agenda oficial da reunião.
A imprensa tem, no entanto, noticiado que a SCML poderá entrar com 200 milhões de euros em troca de uma participação de 10% na CEMG, o que valoriza a CEMG em cerca de 2.000 milhões de euros.
Outros temas que também não estiveram da ordem de trabalhos da assembleia desta noite foram a alteração aos estatutos e mesmo à sua equipa de gestão, tendo a Associação Mutualista anunciado a entrada de Nuno Mota Pinto para presidente do banco, lugar atualmente ocupado por Félix Morgado.
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