“Portugal (e, de forma mais ampla, a União Europeia) teve um segundo semestre de 2016 mais forte do que o esperado”, sinaliza a agência de notação financeira.
Entre os motivos que justificaram esta melhoria da perspetiva, a ARC Ratings destaca as “forças institucionais” que ajudaram Portugal a gerir a crise e a estabilizar a economia e o compromisso com a consolidação orçamental.
A agência refere ainda a “vontade e capacidade [de Portugal] para salvaguardar a estabilidade do sistema financeiro afetado pela crise e por anos de políticas de crédito imprudente”, assim como a gestão “proativa” da dívida, embora pesem os riscos associados à dívida pública acima de 130% do PIB.
A ARC Ratings destaca ainda na sua nota a melhoria das estatísticas do emprego, embora ainda abaixo dos níveis anteriores à crise, o acesso à liquidez do Banco Central Europeu (BCE) e aos mercados de financiamento.
Os economistas da agência alertam, no entanto, para alguns riscos que Portugal continua a enfrentar, nomeadamente ao nível da fraca competitividade da economia, a elevada dívida que torna o país mais sensível às oscilações do mercado, o elevado endividamento do setor privado e ainda os efeitos do ‘Brexit’ e das dúvidas acerca do projeto da moeda única.
Para a ARC Ratings, a recuperação pós-crise de Portugal continua “muito fraca”.
“A economia é mais dependente das exportações, mas a trajetória da política é mais populista, podendo prejudicar ganhos de competitividade”, avisa.
A ARC era anteriormente conhecida como Companhia Portuguesa de Rating. Os seus acionistas são agências de 'rating' na Índia (a Care Ratings), da Malásia (a MARC), no Brasil (a SR Ratings), em Portugal (Sociedade de Avaliação Estratégica e Risco) e o Reino Unido (Enigma Investment Holdings Limited).
Comentários