“Temos a expectativa que quer na ‘BlackFriday’, quer na época de Natal, possamos atingir valores próximos dos alcançados em 2019, ainda que com muito menor rentabilidade”, apontou o secretário-geral da AMRR, Marco Claudino, em resposta à Lusa.
Contudo, a associação lembrou que a faturação anual vai ser muito afetada, tendo em conta que o setor esteve três meses encerrado e quatro meses com restrições ao nível da lotação e dos horários devido à pandemia de covid-19.
Acresce a isto o aumento das despesas com a energia e transportes, mais os custos fixos, como rendas, o que leva a uma rentabilidade inferior.
Ainda assim, a AMRR está “moderadamente otimista” com esta edição da 'BlackFriday', apesar de ressalvar que vão ser contabilizadas “menos vendas e menos rentáveis”, em comparação com 2019, ainda que “um pouco melhor” do que em 2020.
Marco Claudino garantiu também que o setor não poupou esforços com a segurança dos clientes e dos trabalhadores, acreditando que estes podem continuar a confiar nas lojas, apesar da possibilidade de comprar ‘online’.
Esta opção complementar está, no entanto, “longe de compensar as perdas sofridas”.
Segundo dados do Banco de Portugal (BdP), citados pela associação, 44% das empresas tiveram prejuízos em 2020, percentagem que é ainda superior no caso do retalho e da restauração.
Questionado sobre a crise dos semicondutores e a possibilidade de faltarem alguns produtos nas prateleiras nesta ‘BlackFriday’, o secretário-geral da AMRR disse que os retalhistas estão “atentos e preocupados” com estas matérias.
“Os constrangimentos são reais e preocupa-nos a possibilidade de não termos todas as mercadorias necessárias”, concluiu.
A BlackFriday celebra-se habitualmente no dia a seguir à tradição da Ação de Graças nos Estados Unidos, com descontos e oportunidades nas lojas aderentes. Este ano, o evento decorre em 26 de novembro.
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