Depois de uma reunião com a Confederação Empresarial de Portugal (CIP), Assunção Cristas foi questionada sobre os mapas que estavam em falta relativos ao Orçamento do Estado para 2017 (OE2107) – e que entretanto já foram enviados pelo Governo para o parlamento depois dos pedidos do CDS-PP e do PSD – considerando que “há uma versão um do orçamento e uma versão dois”.

“Estamos perante duas versões do orçamento e é lamentável que não tenha sido apresentado todo, veridicamente e tal qual como vai ser discutido e eventualmente aprovado no parlamento, na sua versão final”, criticou, acusando o Governo de não ser “amigo da transparência”, de “ocultar aquilo que são as próprias medidas e lançar um manto de opacidade em relação àquilo que são as suas opções”.

De acordo com a líder do CDS-PP, ficou-se “mais de uma semana à espera da versão real do orçamento” para se poder “comparar com o que está executado aquilo que realmente vai ser o aumento ou a redução das verbas afetas às várias áreas de política”.

“Posso dizer-vos por exemplo que em matéria de educação nós ouvimos falar, na versão um do orçamento, de um aumento de verba na ordem dos 180 milhões de euros e agora verificamos que há um corte na ordem dos 170 milhões de euros. Também na saúde vemos desvios muito grandes”, vincou.

Ainda a propósito dos mapas, Cristas reiterou uma preocupação que no sábado a vice-presidente do partido Cecília Meireles já tinha avançado em relação à receita.

“Boa parte da receita que vai sustentar as despesas que estão assumidas no orçamento e que estão assumidas para o futuro com regularidade, passarão a ser despesas fixas, estão para o próximo ano acomodadas em receita que é absolutamente excecional, que vão apenas acontecer em 2017″, reiterou.

Em concreto sobre a reunião com a CIP, Cristas recordou que “o CDS, à semelhança daquilo que já fez para este ano, pediu reuniões a todos os parceiros sociais”, encontros que entre hoje e quarta-feira serão feitos na generalidade, com o objetivo de “ouvir os parceiros quanto à adequação e à bondade deste orçamento para aquilo que são os desafios do país”.

“Aquilo que pudemos ouvir da CIP vai muito ao encontro também das preocupações do CDS. O que verificamos foi uma ausência de medidas que possam ajudar a relançar o crescimento económico na versão de investimento e também das exportações”, criticou.

A líder centrista reforçou que há “uma falta grave de medidas que ajudem a puxar pelo investimento e pelas exportações”.

“O CDS já apresentou propostas que vai depois discutir na especialidade do orçamento para ajudar a promover o investimento, nomeadamente o nosso crédito fiscal para o investimento”, disse ainda.