Em comunicado, a empresa britânica informa que deve publicar os detalhes da operação numa data próxima de 20 de setembro.

A ideia consistiria na venda de ações por parte dos atuais proprietários, o fundo italiano Investindustrial e investidores do Kuwait. A alemã Daimler, que tem 4,9% do grupo, continuaria como acionista, acrescentou a Aston Martin.

A imprensa britânica declarou recentemente que a Aston Martin poderia ser avaliada por algo entre 4 e 5 mil milhões de libras.

A entrada na Bolsa seria a maior do setor automotivo desde que a italiana Ferrari fez o mesmo na Bolsa de Milão, em 4 de janeiro de 2016. As ações da Ferrari subiram mais de 160% desde então.

A Aston Martin, que enfrentou dificuldades no início da década, recuperou-se nos últimos anos e anunciou esta quarta-feira um aumento de 8% do volume de negócios, para 445 milhões de libras, assim como um aumento de 14% do lucro bruto operacional (Ebidta), para 106 milhões de libras.

A empresa destaca as boas vendas do modelo moderno Vanquish Zagato e do modelo clássico DB4 GT.

Em 2017, a Aston Martin vendeu mais de 5.000 veículos, um número recorde desde 2008. Este ano pretende produzir entre 6.200 e 6.400 carros, com a ambição de alcançar a marca dos 10.000 carros a partir de 2020.

Os veículos foram vendidos no primeiro semestre a um preço médio de 167.000 libras (cerca de 184.000 euros).

A Aston Martin é dirigida desde 2014 por Andy Palmer, que geriu com sucesso o lançamento do modelo DB11 e anunciou o desenvolvimento do primeiro SUV (4x4) da marca, assim como anunciou o uso de tecnologia híbrida e elétrica na próxima década.

Questionado pela BBC sobre a possibilidade de ter sua cotação na Bolsa no momento em que se aproxima o Brexit, Palmer respondeu: "A vantagem de ser uma marca de luxo é que somos relativamente impermeáveis a este tipo de acontecimento".

Fundada em 1913 em Londres, a Aston Martin ganhou prestígio ao começar a participar muito rapidamente de competições automobilísticas.

Andy Palmer já admitiu a possibilidade de disputar a Fórmula 1 como construtor. O grupo patrocina atualmente a equipa Red Bull.

O prestígio da marca aumentou, graças aos filmes do agente James Bond, nos quais Sean Connery (Goldfinger, 1964), ou Daniel Craig (Spectre, 2015), por exemplo, conduziram modelos Aston Martin.

Os seus automóveis são fabricados exclusivamente na Inglaterra, em Gaydon, a sua sede, e em outras duas unidades.

A empresa pretende abrir uma nova fábrica no País de Gales no primeiro semestre de 2019.

* Por Patrice Novotny/AFP