Segundo revelou hoje à agência Lusa o coordenador da CT, Fausto Dionísio, “além dos 500 euros relativos a 2021, que serão pagos em julho, a empresa garante também um aumento de 1,7% em 2022 e de 1,2% em 2023, com um aumento mínimo de 25 euros para os trabalhadores com salários mais baixos.
“Considero que se trata de um bom acordo face à atual situação em que vivemos, porque os trabalhadores não só não perdem direitos, como garantem um aumento global de 4,6% até final de 2023, com a garantia de que a empresa repõe a diferença caso a taxa de inflação seja superior neste período”, sublinhou.
“Inicialmente a empresa pretendia reduzir em 50% o pagamento dos sábados e dos domingos e os prémios de objetivos, mas deixou cair essa pretensão”, acrescentou Fausto Dionísio, salientando que os trabalhadores também vão ter o seguro de saúde melhorado.
O pré-acordo laboral da fábrica de automóveis da Volkswagen Autoeuropa em Palmela, que deverá vigorar até 31 de dezembro de 2023, vai ser discutido nos plenários marcados para quinta e sexta-feira desta semana, e terá de ser, posteriormente, submetido a votação dos trabalhadores.
Em comunicado hoje divulgado, a CT adianta também que a empresa se compromete a não fazer despedimentos coletivos durante a vigência do acordo e que, em caso de alteração significativa da situação da fábrica de Palmela, também se compromete a encontrar as melhores soluções em conjunto com os representantes dos trabalhadores.
O pré-acordo refere ainda que a administração e a CT se comprometem a criar condições para garantir a atribuição de um novo produto à fábrica de automóveis de Palmela, para fazer face ao fim da produção do MPV (Multi-Purpose Vehicle), prevista para meados de 2022 e a eventuais flutuações de mercado do T-Roc.
O T-Roc e o MPV são os dois modelos de automóveis produzidos atualmente na fábrica da Volkswagen em Palmela.
A Autoeuropa, com mais de 5.000 colaboradores, dos quais 98% com vínculo permanente, produziu em 2020 um total de 192.000 automóveis e 20 milhões de peças para outras fábricas do grupo alemão, que representam 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) e 4,7% das exportações portuguesas.
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