A taxa de poupança diminuiu de 3,9% no primeiro semestre de 2017 para 3,3% no primeiro semestre deste ano, segundo dados do banco central.
Na audição, Carlos Costa sublinhou que, apesar de existir uma diminuição em percentagem do rendimento disponível desde 2010, o rácio de endividamento das famílias portuguesas permanece acima da média da área do euro, o que constitui um elemento de vulnerabilidade da economia.
“A persistência de baixas taxas de poupança intensifica essa vulnerabilidade”, disse o governador, acrescentando que a taxa de poupança dos particulares se situa “claramente abaixo da média” da área euro.
Carlos Costa disse ainda aos deputados da Comissão do Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa que está “preocupado com a resiliência dos devedores” e recordou as medidas lançadas em julho com restrições à concessão de novos créditos à habitação e ao consumo, que determinam que as famílias apenas podem gastar metade do seu rendimento com empréstimos bancários.
“Neste momento estamos num período de observação” da aplicação dessas medidas, disse o governador do Banco de Portugal.
Aos deputados, Carlos Costa lembrou também que as famílias portuguesas, comparadas com as dos restantes países da área do euro, têm maiores rácios do serviço da dívida e do montante da dívida no rendimento, mas um menor rácio da dívida face aos ativos.
“Esta situação resulta designadamente do facto de em Portugal, uma maior percentagem de famílias ser proprietária de imóveis e de financiar a respetiva aquisição através do recurso ao crédito”, explicou.
Em outubro passado, segundo números divulgados no início deste mês pelo Banco de Portugal, os bancos concederam 397 milhões de euros em novos créditos ao consumo, somando desde janeiro um total de 3,882 mil milhões de euros de créditos concedidos, mais 14% do que em 2017.
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