Segundo a informação hoje divulgada, em 2019 havia 45.884 trabalhadores na atividade doméstica dos bancos que operam em Portugal, menos 12.945 do que os 58.829 de 2009.

O ano de 2019 é mesmo o ano com menos trabalhadores bancários desde o início da série, em 1990. Já o valor mais alto foi atingido em 1994 com 61.512 nos bancos em Portugal.

Em termos de agências em Portugal, os bancos tinham 4.013 em 2019, menos 2.385 do que as 6.398 que existiam em 2009.

Os 4.013 balcões existentes em 2019 representavam o valor mais baixo desde 1994 (ano em que havia 3.595). O maior número de balcões foi atingido em 2010 com 6.453 balcões em Portugal.

Segundo o boletim das séries longas do sistema bancário português 1990-2018 (ainda sem os dados de 2019, hoje divulgados), depois do expressivo crescimento do emprego no setor bancário na década de 1990, este tem vindo a diminuir e sobretudo nos últimos anos.

Comparando com outros países europeus, refere o boletim do Banco de Portugal, o peso do setor bancário no total do emprego é inferior em Portugal, o que também traduz "a menor dimensão do setor na economia portuguesa".

Em 2018, na zona euro, por cada mil pessoas 5,4 trabalhavam no setor bancário, enquanto esse número era de 4,5 em Portugal.

Quanto aos balcões, refere o boletim que o número "mais do que duplicou na década de 90, passando de um número inferior a 2.000 em 1990 para um valor em torno dos 5.300 em 2000" e que "depois de alguma estabilização nos primeiros cinco anos do novo milénio, verificou-se um novo aumento nos anos seguintes, atingindo-se um valor máximo perto de 6.500 em 2010".

Já desde esse ano, e sobretudo a partir de 2013, "o número de balcões registou uma grande diminuição".

A tendência de diminuição do número de balcões, refere o Banco de Portugal, é também comum à zona euro, sendo mesmo maior em termos relativos em Portugal.

Em 2018, o número de agências por milhão de habitantes era de 405 em Portugal e 395 na área do euro.

A redução da estrutura que os bancos têm feito vai continuar nos próximos anos e várias instituições já vieram mesmo assumi-lo publicamente, usando o corte de custos como medida para fazer face à atual crise, à fraca rentabilidade e à digitalização das operações.

Entre os principais bancos portugueses, o banco Montepio já assumiu que tem um plano alargado de saída de trabalhadores, que poderá envolver entre 600 a 900 pessoas.

O BCP disse em abril, no início da crise da covid-19, que ia adiar a redução de trabalhadores que tinha previsto para este ano (numa postura que qualificou de “responsabilidade social”), mas que a faria no início de 2021.

O Santander Totta está a chamar trabalhadores para propor rescisões de contrato por mútuo acordo, mas sem avançar números de quantos funcionários quer que saiam.

A Caixa Geral de Depósitos vai continuar a cumprir este ano a redução de pessoal acordada no plano de reestruturação com a Comissão Europeia, o que passa pela saída de 250 funcionários no segundo semestre (além dos 179 que saíram até junho), mas a administração já admitiu que mais saídas poderão ser previstas no plano 2021-2024.

Quanto ao Novo Banco, o Sindicato dos Quadros Técnicos Bancários disse, em meados de setembro, que a instituição “tem vindo a apresentar propostas de reforma antecipada e de rescisão de contratos de trabalho por acordo a um conjunto de trabalhadores”.

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