A ALBOA reuniu-se esta terça-feira com António Costa no Funchal e, segundo comunicado hoje divulgado, "o primeiro-ministro, António Costa, reafirmou o seu empenhamento na procura de uma solução para os lesados do Banif, prometendo que os trabalhos da comissão oficial criada para o efeito serão tão céleres quanto possível".
A ALBOA diz ter ficado satisfeita com as declarações de António Costa e afirma esperar que a comissão "retome brevemente os seus trabalhos e acelere a solução esperada".
Em meados de dezembro, as associações de clientes bancários lesados pelo Banif e pelo BES (que ainda não foram compensados pelas perdas) estiveram reunidas com o Governo para dar o primeiro passo em direção à criação de fundos de recuperação de crédito, que compensarão (ainda que parcialmente) os clientes destes bancos pelas perdas financeiras sofridas aquando das resoluções dos dois bancos.
Em dezembro fez cinco anos que o Banif (então detido maioritariamente pelo Estado) foi alvo de uma medida de resolução, por decisão do Governo e do Banco de Portugal.
Parte da atividade bancária do Banif foi então vendida ao Santander Totta por 150 milhões de euros, tendo sido ainda criada a sociedade-veículo Oitante para a qual foram transferidos os ativos que o Totta não comprou.
Continua a existir ainda o Banif S.A., o designado 'banco mau', no qual ficaram os acionistas e os obrigacionistas subordinados, que provavelmente nunca receberão o dinheiro investido, e ativos ‘tóxicos' como o Banif Brasil. Em abril, tinha recebido cerca de 6.000 reclamações de créditos.
Em dezembro de 2019, uma comissão de peritos nomeada pela Ordem dos Advogados concluiu que foram encontrados indícios de práticas ilícitas na venda dos produtos financeiros no Banif e validaram 2.330 pedidos de lesados do Banif, sendo o valor dos investimentos em causa de 230 milhões de euros.
Desde então que se espera por uma solução que compense esses lesados (ainda que parcialmente) pelo dinheiro perdido.
Segundo a ALBOA, o ‘lesado Banif' tem em média 61 anos, baixa escolaridade (39% têm escolaridade inferior ao 4.º ano do ensino básico) e é proveniente dos Açores ou Madeira. A aplicação média é de 73,5 mil euros e as obrigações subordinadas Banif são o produto financeiro mais comum.
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