Barack Obama defendeu no programa da ABC Good Morning America um aumento de impostos para os norte-americanos mais ricos, grupo onde o próprio se inclui, para ajudar a financiar os planos do executivo de Joe Biden.

“Nós conseguimos pagar isso. Eu coloco-me também nessa categoria”, disse o antigo presidente dos Estados Unidos a quem é conhecida uma fortuna pessoal a rondar os 70 milhões de dólares (cerca de 60 milhões de euros).

A ideia não é nova fora dos EUA, basta recordarmo-nos que, em junho, os ministros das Finanças do G7 chegaram a acordo para implementar uma taxa mínima de 15% sobre os lucros das empresas, nomeadamente multinacionais, quem não apoia aquilo que se transformou num grito de reivindicação do outro lado do oceano Atlântico - "tax the rich" -  são os republicanos, assim como vários grupos empresariais.

Obama salientou a importância de executar o ambicioso plano de investimentos de 3,5 biliões de dólares que vai incidir sobre áreas como a saúde, o apoio social ou o combate às alterações climáticas.

“Acho que qualquer pessoa que finge que é difícil para bilionários pagar um pouco mais de impostos para que uma mãe solteira receba apoio para creches ou para que possamos garantir que as nossas comunidades não sofram inundações ou com incêndios florestais ou para poçamos fazer alguma coisa em relação às alterações climáticas para a próxima geração - você sabe que sse é um argumento que é insustentável”, disse Obama.

O presidente Joe Biden e os líderes democratas pretendem investir 3,5 biliões (milhão de milhões) de dólares (três biliões de euros) em 10 anos. Mas o Partido tem estado dividido acerca do montante total e em muitos dos seus detalhes, e não há notícias de ter sido alcançado qualquer acordo sobre estes pontos nos últimos dias.

Os republicanos opõem-se ao pacote de investimentos e os democratas só serão capazes de o aprovar se limitarem as suas deserções a três na Câmara dos Representantes e zero no Senado.

“A Casa Branca, a Câmara dos Representantes e o Senado alcançaram um acordo sobre um quadro que permite qualquer acordo finalizado”, disse Schumer, durante uma conferência de imprensa com Pelosi e a secretária do Tesouro, Janet Yellen.

As declarações de Schumer e Pelosi não esclareceram se o “quadro” foi um passo para a resolução das várias disputas internas, entre moderados e progressistas democratas, que têm atrasado o trabalho sobre a legislação.

Mais tarde, Schumer disse a jornalistas que ele, Pelosi e as comissões da Câmara e do Senado que trabalham sobre questões fiscais acertaram opções que podem ser usadas para financiar as iniciativas legislativas, quando os congressistas decidirem o seu montante total.

Em declarações separadas, ele e os presidentes da comissão da Câmara, Richard Neal, e do Senado, Ron Wyden, sugeriram que a lista das possibilidades está incluída em grande parte das propostas já aprovadas na comissão da Câmara, mas sem detalhar.

“Não é conclusivo, mas é um bom passo em frente”, sintetizou Schumer.

Outros democratas, porém, expressaram desconhecimento sobre o entendimento.

Por exemplo, o presidente da comissão senatorial do Orçamento, Bernie Sanders, independente, eleito pelo Vermont, disse a jornalistas: “Temos passado por isto um milhão de vezes, pelo que há muitas, muitas abordagens sobre como se pode obter dinheiro de uma forma justa e progressiva, e conseguir pelo menos 3,5 biliões (milhão de milhões) de dólares (três biliões de euros). Se é o que está no menu, não é nada de particularmente novo, penso eu”.

Estes comentários dos líderes do Congresso acontecem quando a Câmara pretende começar a discutir na segunda-feira um pacote separado de investimentos, em projetos de infraestruturas, no montante de um bilião de dólares.

Pelosi concordou neste calendário para acalmar os moderados do seu partido, que querem esta legislação aprovada, mas estão reticentes em apoiar o pacote maior, dos 3,5 biliões.

A ala progressista, por seu lado, ameaça votar contra o pacote menor e não está claro se os democratas conseguem fazê-lo aprovar uma Câmara quase dividida ao meio.

Para obterem o apoio dos progressistas e garantir a aprovação das duas propostas, os líderes democratas estão a procurar alcançar um acordo sobre uma versão final da ambiciosa proposta de investimento social e ambiental eu os moderados aceitem apoiar.

Esta proposta incorpora muita da agenda doméstica de Biden. Inclui um aumento acentuado de impostos e despesas federais para concretizar os objetivos de Biden em cuidados de saúde, serviços à família e combate às alterações climáticas.

O financiamento da iniciativa legislativa implica aumento de impostos sobre empresas e cidadãos ricos que ganhem um mínimo de 400 mil dólares por ano.

Alguns senadores democratas, como Joe Manchin, da Virginia Ocidental, ou Kyrsten Sinema, do Arizona, pretendem que o pacote dos 3,5 biliões seja reduzido.

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