Lane, que falava no seminário ‘online’ “Food for Thought”, defendeu que as compras de dívida e as injeções de liquidez, aprovadas pelo banco central para travar o impacto da pandemia de covid-19, vão impulsionar em 1,3 pontos percentuais (p.p.) a produção da zona euro e em 0,8 p.p. a taxa de inflação homóloga.
Este responsável referiu ainda que as medidas de apoio fiscal, aprovadas pelos governos, vão contribuir em 2,5 pontos percentuais para a produção na zona euro este ano.
“À medida que as [restrições] de confinamento são levantadas, vemos alguns sinais de uma recuperação inicial. No entanto, espera-se que o processo venha a decorrer de forma bastante gradual e que vai demorar até que os consumidores e as empresas recuperem do impacto”, afirmou o economista chefe do BCE.
Philip Lane apontou também que a rapidez da recuperação depende, por outro lado, do desenho e do calendário dos programas de estímulo, acrescentando que o resultado das negociações do fundo de recuperação da União Europeia será “um fator importante na determinação do ritmo futuro da economia da zona euro”.
Em 08 de junho, a presidente do BCE, Christine Lagarde, exortou os líderes europeus a “aprovarem rapidamente” o pacote proposto pela Comissão Europeia para recuperação económica pós-pandemia, alertando para que atrasos nas negociações aumentam as “necessidades financeiras desta crise”.
Pela mesma altura, o banco central já tinha antecipado que a economia da zona euro deverá sofrer uma contração de 8,7% este ano, melhorando depois para um crescimento de 5,2% em 2021 e de 3,3% em 2022.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 477 mil mortos e infetou mais de 9,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal morreram 1.543 pessoas das 40.104 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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