“Desde o primeiro momento dissemos que o que estava em questão não era uma bomba relógio, era um escudo protetor e os números demonstram-no bem. […] Há problemas com algumas árvores, mas a floresta não tem problema”, afirmou o presidente executivo do BCP, Miguel Maya.
Segundo informação hoje divulgada pelo BCP, em setembro terminaram moratórias de créditos no valor total de 6.211 milhões de euros (3.115 milhões de euros de empréstimos de empresas e 3.096 milhões de euros de empréstimos de famílias), continuando em moratória créditos no valor de 730 milhões de euros (624 milhões de euros de empréstimos a empresas e 106 milhões de euros de empréstimos a famílias).
O banco referiu ainda que 90% do montante de créditos em moratórias em setembro está em situação regular.
Em conferência de imprensa de apresentação dos resultados do terceiro trimestre, hoje realizada, Miguel Maya afirmou que globalmente “não há motivo de preocupação especial” com crédito vencido de empréstimos que beneficiaram de moratórias, que o banco “está tranquilo relativamente à evolução das moratórias, mas que isso não quer dizer que não haja situações preocupantes”.
Lucros do BCP caem 59,3% para 59,5 milhões de euros até setembro
O BCP teve lucros de 59,5 milhões de euros entre janeiro e setembro, menos 59,3% do que nos primeiros nove meses de 2020, divulgou hoje o banco.
Na informação hoje divulgada ao mercado, o BCP diz que o resultado líquido de 59,5 milhões de euros inclui 313,5 milhões de euros de provisões para riscos legais dos créditos em francos suíços da operação na Polónia. Se fossem excluídas estas provisões, o lucro teria aumentado 20% para 215,3 milhões de euros, acrescenta o banco.
Os resultados do BCP incluem ainda 87,6 milhões de euros de custos com redução de trabalhadores em Portugal.
BCP não vai pagar dividendos relativamente a 2020
O presidente executivo do BCP, Miguel Maya, disse hoje que não será proposto o pagamento de dividendos relativamente a 2020, justificando a decisão com vários fatores de incerteza que persistem.
Em conferência de imprensa de apresentação de resultados do terceiro trimestre, Miguel Maya considerou que "é muito importante pagar dividendos", mas disse que não será proposto pagamento de dividendos relativamente a 2020 face a várias incertezas, caso do problema dos riscos legais dos créditos em francos suíços na Polónia e a recente incerteza trazida pelos preços das matérias-primas.
"Relativamente a 2020 não temos qualquer intenção de propor pagamento de dividendos", disse o gestor.
O BCP teve em 2020 lucros de 183 milhões de euros. Em fevereiro, Maya adiou para setembro uma decisão sobre a distribuição de dividendos em setembro, afirmando que a "prioridade é a proteção do balanço do banco".
Já face a 2019 o BCP não distribuiu dividendos. Então, teve lucros de 302 milhões de euros.
BCP afasta aumento de capital e compra de bancos
O presidente executivo do BCP disse que não está a ser considerado qualquer aumento de capital do banco e que não estão a ser analisadas eventuais aquisições de outros bancos.
"Não estamos a analisar nenhuma aquisição de bancos, isso que fique claro", disse Miguel Maya, quando questionado sobre eventuais aquisições e o Novo Banco ter dito que pondera comprar bancos mais pequenos.
Sobre aumentos de capital, Maya também afastou: "Não estamos a considerar aumento de capital, ponto", afirmou.
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