Em declarações aos jornalistas em Vouzela, Catarina Martins disse que o BE está disponível para a discussão de um pacote "que junte os levantamentos que estão feitos no território das várias necessidades".
No entender do BE, este pacote deverá possibilitar que, de forma integrada, sejam colocados os meios no terreno, "porque a multiplicação de medidas, por bondosas que sejam, mas de uma forma descoordenada, podem não responder às necessidades do país".
"Nada seria mais desastroso do que apresentar medidas que fossem contraditórias entre si", frisou.
Catarina Martins reiterou ser importante que as medidas já aprovadas estejam rapidamente no terreno, considerando haver condições para que isso aconteça.
"Tem que existir um consenso no país para por os recursos ao serviço do que é preciso. Julgo que ele existe, o Governo tem condições para o fazer, deve fazê-lo, e até tem margem orçamental para o fazer ainda este ano em grande medida", acrescentou.
Para além "das questões do apoio de emergência imediata às populações" e de questões de fundo como alterar os modelos da Proteção Civil e de defesa da floresta, a líder bloquista apontou como prioridade "manter empregos e capacidade produtiva no interior do país".
Isto porque "não haverá nenhuma solução que seja capaz de tornar o país seguro se continuarmos a ter abandono do território, despovoamento do interior, e ele acontece onde não há emprego", justificou.
Hoje, Catarina Martins ouviu que foram destruídos 300 postos de trabalho diretos em Oliveira de Frades e pelo menos outros 200 em Vouzela, nos setores da indústria, da agricultura e da exploração florestal.
"Há uma urgência muito grande em recuperar esta capacidade produtiva para que estes empregos não se percam. Isso passa por vários tipos de apoios", declarou.
Catarina Martins defendeu ainda a necessidade de ninguém ficar fora dos apoios, contando que foi alertada para a falta de resposta aos prejuízos que os incêndios provocaram na pequena agricultura, que representa "a sobrevivência de tantas famílias".
Questionada sobre o clima de tensão vivido dos últimos dias entre o Presidente da República e o Governo, a coordenadora do BE desvalorizou o assunto: "Essa matéria não interessa absolutamente nada, não tenho acompanhado essa situação. O que tenho estado é a acompanhar a situação da destruição provocada pelo fogo e a tentar ter os mecanismos para responder às pessoas, reconstruir o país, isso é o que interessa".
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