Segundo informações preliminares, foi fixado um preço de 42 reais (oito euros) por ação, no âmbito de um processo pelo qual a Eletrobras ofereceu novas ações, enquanto o Estado reduziu a sua participação de quase 70% para pouco mais de 40%.
Os detalhes da venda só serão divulgados oficialmente pela empresa hoje.
As novas ações começarão a ser negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo a partir de 13 de junho, quando o Estado deixar de deter o controlo da empresa, consumando a maior privatização do país em mais de duas décadas.
A oferta, a maior do ano no país e também uma das mais altas do mundo em 2022, foi aberta a investidores, tanto nacionais quanto estrangeiros.
O Governo permitiu ainda a compra de ações por meio de recursos do chamado Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), ao qual cada brasileiro tem acesso apenas em caso de demissão ou em necessidade de compra de casa própria.
De acordo com o diário financeiro Valor Económico de São Paulo, cerca de 370 mil trabalhadores usaram parte do FGTS para comprar ações da Eletrobras, número que supera os 248 mil que o fizeram em 2000, durante a oferta da petrolífera estatal Petrobras, mas abaixo dos 582 mil em 2002, com a privatização da mineradora Vale.
O processo de aprovação da privatização da Eletrobras exigiu negociações por seis anos e foi concluído na semana passada quando o Tribunal de Contas da União (TCU), órgão de fiscalização do Estado brasileiro, deu o aval definitivo à venda.
A privatização desta gigante do setor elétrico será a primeira privatização do Governo liderado pelo Presidente Jair Bolsonaro, que desde que tomou posse defende uma política económica liberal com ênfase em privatizações e concessões para reduzir o tamanho do Estado.
O processo de privatização da Eletrobras garantirá ao Governo brasileiro a posse de ações ‘golden share’, que lhe reserva o poder de veto nas decisões estratégicas da empresa.
O modelo também excluiu a venda da Eletronuclear, subsidiária que opera as três centrais nucleares do Brasil, e da hidroelétrica de Itaipu, que o Brasil compartilha com o Paraguai.
A Eletrobras, fundada em 1962 e responsável por um terço da geração de energia elétrica no Brasil, possui quase metade das linhas de transmissão do país, com extensão combinada de mais de 70 mil quilómetros de linhas de transmissão e capacidade instalada de geração de cerca de 50 mil megawatts (MW).
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