"Em 2018, a rede Invest in Holland [Investir na Holanda] trouxe 42 empresas para a Holanda por causa do Brexit", anunciou a NFIA, agência holandesa de investimentos estrangeiros sob a tutela do Ministério dos Assuntos Económicos.

Juntas, estas empresas representam 1.923 postos de trabalho e pelo menos 291 milhões de euros em investimentos para a Holanda, indicou a NFIA nos resultados anuais.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) também deixará Londres para se instalar em Amsterdão, levando consigo, pelo menos, 900 funcionários.

Citado num comunicado, o ministro holandês dos Assuntos Económicos, Eric Wiebes, mostrou-se satisfeito com a mudança e destacou "a importância do bom clima comercial" na Holanda, por comparação à "incerteza internacional crescente com o Brexit".

"O Brexit iminente e as tensões no comércio internacional oferecem oportunidades às empresas holandesas", declarou a ministra do Comércio Exterior e da Cooperação para o Desenvolvimento, Sigrid Kaag.

Entre as companhias que anunciaram, no ano passado, sua transferência para a Holanda, estão financeiras internacionais como MarketAxess e Azimo, assim como a seguradora marítima UK P&I.

O banco de investimento japonês Norinchukin e o grupo de comunicação social britânico TVT Media também anunciaram a ampliação dos seus escritórios na Holanda, em parte por causa do Brexit, relatou a NFIA.

Em 2019, várias empresas, entre elas o grupo Discovery e a agência Bloomberg, já anunciaram a sua intenção de investir na Holanda, após o divórcio entre Londres e Bruxelas, segundo a NFIA.

Em janeiro, a agência holandesa declarou estar em contacto com mais de 250 empresas estrangeiras que querem instalar as suas operações na Holanda, após o Brexit, previsto para se concretizar a 29 de março.

Trata-se, principalmente, de empresas britânicas, mas também de organizações americanas e asiáticas, "que estão a repensar a sua estrutura europeia atual por causa das incertezas do Brexit", disse a NFIA este sábado.

As empresas fazem parte, principalmente, do setor das finanças, dos media e da saúde, indicou a agência.