“Nós continuamos otimistas de que haverá um acordo entre as partes e que o tráfego não será impactado. Teremos de continuar a ter a mesma oferta para continuar a operar entre Portugal e o Reino Unido”, afirmou o diretor da easyJet em Portugal, José Lopes.
Para o responsável, que falava aos jornalistas à margem da feira de aviação Farnborough Airshow, no Reino Unido, “qualquer outro cenário […] teria um impacto extremamente negativo”, nomeadamente para a easyJet, que é britânica e depende “tanto do tráfego gerado noutros países”.
“Acho que todas as partes têm consciência disso e irão continuar a trabalhar para chegar a um acordo e para tudo continuar dentro da normalidade”, argumentou.
José Lopes notou que a easyJet “se antecipou um pouco a algumas consequências do ‘Brexit’”, nomeadamente conseguindo certificados de operador que garantam a existência dos voos nos diferentes espaços económicos.
“A única grande questão que existe ainda no ar neste momento relativamente ao ‘Brexit’ é o que acontecerá em termos de acordo bilateral entre o Reino Unido e a União Europeia. Nós continuamos a acreditar e a trabalhar em conjunto quer com o Governo britânico, quer com a Comissão [Europeia] e em todos os países em que estamos baseados com os governos locais, nomeadamente Portugal, para que exista um acordo e esse acordo seja a liberalização do mercado, como existe atualmente, e que não se afete o dia a dia, quer do negócio, quer das pessoas”, comentou o diretor da easyJet em Portugal.
E reforçou estar “otimista” de que estas premissas serão “tidas em conta”.
Já questionado sobre possíveis descidas na procura de britânicos por rotas portuguesas, José Lopes refutou este cenário, indicando que “o mercado britânico tem continuado a subir e a optar por Portugal”.
“Nos quatro aeroportos [em que a easyJet opera no país - Faro, Lisboa, Porto e Funchal], não sentimos nenhum retrocesso, pelo contrário”, adiantou, referindo que este mercado continuará a ser uma aposta.
“Em Lisboa, estamos limitados pela capacidade do aeroporto para o fazer, se não também aumentaríamos a capacidade entre Londres e Lisboa”, concluiu José Lopes.
O Reino Unido vai deixar a União Europeia em 29 de março de 2019, dois anos após o lançamento oficial do processo de saída, e quase três anos após o referendo de 23 de junho de 2016 que viu 52% dos britânicos votarem a favor do ‘Brexit’.
Depois de, em dezembro do ano passado, ter sido aprovado um documento de entendimento sobre os termos da saída, em março foram aprovadas as linhas para um período de transição que vai prolongar-se até ao final de 2020.
Bruxelas e Londres têm até ao final deste ano para traduzirem estes acordos em textos jurídicos e assimilá-los nas respetivas legislações, ao mesmo tempo que negoceiam um futuro acordo comercial.
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