Perante as duas comissões do Parlamento Europeu (PE) que avaliaram as competências do antigo governante dos Países Baixos como sucessor de Frans Timmermans, Wopke Hoekstra fez referência a comentários que tinha feito em março de 2020, quando a pandemia provocada pelo SARS-CoV-2 começou a alastrar, e considerou que poderia ter “atuado de maneira diferente”.

“Enquanto ministro, trabalhei em estreita colaboração com parceiros de toda a Europa e sempre tentei unir os interesses nacionais e europeus. Quero reconhecer que isto nem sempre funcionou bem e que no princípio da pandemia não tive consideração suficiente das dificuldades de alguns Estados-membros e quero dizer-vos hoje que acho que devia ter atuado de maneira diferente”, referiu.

No início da pandemia, quando os 27 discutiam maneiras de fazer face à pandemia e aos efeitos que estava a ter nas economias de vários países do bloco, Hoekstra sugeriu uma investigação às economias que não tinham feito reformas suficientes para então lidarem com a emergência sanitária e consequências sócioeconómicas.

Na altura, Portugal, Espanha, Itália, entre outros países, criticaram o que consideraram ser a falta de solidariedade dos Países Baixos face a um problema que era supranacional.

Em causa estava a emissão de dívida conjunta a nível comunitário, à qual o Governo neerlandês se opunha.

Enquanto candidato a comissário para a Ação Climática, Hoekstra terá ainda de abordar as ligações que tem à petrolífera Shell e, na ótica de vários eurodeputados, a falta de experiência na pasta para o qual foi proposto, que a Comissão definiu como prioritária.