A líder bloquista, Catarina Martins, participa esta tarde na manifestação em Lisboa convocada pela CGTP para exigir melhores condições laborais e que junta milhares de pessoas que vieram de todas as partes do país, tendo falado aos jornalistas no arranque da concentração, junto ao Marquês de Pombal.
Questionada sobre se considerava que esta manifestação era um cartão amarelo ao governo de António Costa, Catarina Martins respondeu que é “seguramente a mostra do descontentamento por não terem sido dados os passos necessários para recuperar salários”, o que “está ao alcance” de Portugal.
“Está nas mãos do poder político em Portugal alterar as regras do jogo para que os salários sejam dignos e o governo não o quis fazer até agora e é normal que as pessoas saiam e saiam para protestar, saiam para exigir futuro. Futuro para si, futuro para o país”, afirmou.
Na perspetiva da líder do BE, “não há nenhuma razão” para não se repor o pagamento das horas extra ou das compensações por despedimento, nem sequer “para não combater a precariedade de uma forma decidida” ou “para não respeitar os trabalhadores por turnos ou o 'outsourcing'”.
“Se há uma coisa que Portugal sabe é que a direita não é resposta para o problema dos salários baixos, a direita não é resposta para o problema da precariedade. Não. A direita fez as regras que baixam os salários em Portugal, que aprofundam a precariedade em Portugal e é por isso que a direita neste momento não é solução para nada e não é com a direita que se debatem as soluções para o problema do país”, defendeu.
Para Catarina Martins, aquilo que é preciso é “uma resposta forte”, pedindo que das eleições antecipadas de 30 de janeiro saia uma “esquerda mais forte para tirar a troika das relações laborais”.
“Se a esquerda desistir dos salários, desistir de salários dignos está a desistir do país e isso não pode fazer de maneira nenhuma”, avisou.
Questionada sobre a disponibilidade para um novo entendimento com o PS a seguir às eleições legislativas, a coordenadora do BE afirmou que o partido se apresenta às urnas também com a reivindicação “que haja força à esquerda para que se alterem as leis do trabalho e para que os salários possam evoluir em Portugal”.
“Portugal paga na conta do supermercado o mesmo que se paga na Alemanha, paga mais na energia do que em muitos países da Europa, mas depois, quando olhamos, para os salários, as pessoas ganham muito menos e é isso que não está bem e é isso que tem de ser mudado e é para isso que é preciso força à esquerda e é isso que se discute à esquerda porque a direita, já sabemos, só quer cortes”, reiterou.
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