“Um Orçamento do Estado que não responde ao país, perde todo o país. Nós sabemos disso no Bloco de Esquerda e trabalhamos para um Orçamento do Estado que responda às necessidades do país”, considerou, depois de ter sido questionada sobre uma eventual crise política, numa altura em que bloquistas e comunistas anunciaram que votam contra a proposta do Governo na generalidade se esta for a votação no próximo dia 27 de outubro tal como está.
Catarina Martins falava aos jornalistas na sede do Bloco de Esquerda, em Lisboa, depois de ter estado reunida com o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira.
“Devo dizer que acho que não é uma boa forma de resolvermos as questões que temos tão importantes daqui até à votação do orçamento, ouvir o ministro das Finanças como ouvi ontem, dizer que acha que é impossível mexer no corte do fator de sustentabilidade”, apontou.
Para a líder bloquista, “compreende-se pouco que um corte que é tão penalizador para algumas pessoas que trabalharam toda a sua vida, mas que na verdade têm uma existência tão breve na Segurança Social, não possa acabar” para que existam “pensões mais justas” ao mesmo tempo que se trabalha para “a sustentabilidade da Segurança Social”.
Catarina Martins mostrou disponibilidade do partido de continuar as conversações com o executivo, apontando que “o OE, para contar com a viabilização do BE na generalidade, tem que ser acompanhado por garantias do Governo e do PS sobre a sua disponibilidade para a especialidade”.
“Que o ministro das Finanças venha recusar ontem uma das medidas que é fundamental para o BE, como acabar com o corte do fator de sustentabilidade nas pensões, nomeadamente nas pensões que foram calculadas entre 2014 e 2018 para pessoas que têm muito longas carreiras contributivas, parece-nos um péssimo início de conversa”, advertiu.
Quanto à educação, Catarina Martins considerou que neste orçamento há “uma enorme lacuna e essa lacuna é a educação”, acrescentando que “o que está previsto de investimentos têm a ver com o PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] e em grande medida são investimentos que já estavam previstos ainda antes da pandemia”.
Referindo que o país tem um problema de falta de professores, com muitos a reformar-se e poucos jovens a querer ingressar nesta carreira, a líder bloquista apontou que “o número de alunos que hoje já não tem todos os professores que precisa vai continuar a aumentar”.
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