"Parece hoje ainda mais clara para todos a importância de ter um banco público. Nos últimos anos a Caixa provou o seu papel como âncora da estabilidade do sistema", afirmou Mário Centeno durante a sua audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA).

Segundo o governante, num contexto difícil a nível internacional para a generalidade do setor bancário, a CGD provou ser uma "instituição de referência e confiança, que recebe depósitos", e que desempenha um importante "papel no crédito, dando estímulo ao crescimento português".

E reforçou: "É nessa leitura daquilo que é o sistema financeiro hoje que a necessidade de haver um banco público é ainda mais clara".

Centeno sublinhou que a manutenção da CGD 100% pública está inscrita no programa do Governo, que desde que tomou posse "tratou das questões" do banco, ao nível da sua reestruturação e da aprovação do novo plano de capitalização, "sem esquecer a sua função pública e a sua função bancária".

O ministro vincou que a CGD "atua em regime de concorrência muito alargada, mesmo a nível europeu, numa área económico-financeira muito vasta e com processos de integração que estão em construção e para os quais Portugal tem que estar preparado" e que "é nesse contexto que se coloca a recapitalização" do banco estatal.

Segundo Centeno, em causa está "um processo de capitalização muito desafiante que era preciso enfrentar e tudo isto num ambiente regulatório que é mais exigente, e ainda bem".