Na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, Mário Centeno repetiu que a emissão de dívida perpétua da CGD, de 500 milhões de euros, “não é convertível em capital”, garantindo que “nunca através daquela emissão” qualquer privado será acionista do banco público.
“É seguramente mentira que aquela dívida possa ser convertível em ações. E, portanto, não há nenhum ‘hedge fund’ que seja acionista da CGD”, afirmou o ministro, dirigindo-se ao deputado do CDS-PP João Almeida, que recusou, por sua vez, ter feito tal afirmação.
"Se não disse, fica agora dito”, respondeu o ministro, o que motivou um pedido de desculpas e um esclarecimento de Mário Centeno.
Antes, na sua intervenção, o deputado centrista afirmou que “a CGD nunca esteve tão próxima de ser privada como agora” e questionou o ministro: “Em que momento é que a Caixa se recapitalizou numa operação em que mais de 40% da dívida emitida ficou nas mãos de 'hedge funds'?”
De seguida, o deputado do PCP Miguel Tiago questionou o Governo sobre a rentabilidade necessária para que haja o reembolso das obrigações perpétuas, com Mário Centeno a garantir que esta dívida “será obviamente honrada”.
O ministro explicou que o reembolso aos privados poderá começar a ser feito cinco anos após a emissão, sendo que caso os rácios de capital do banco público desçam abaixo de 5,25% a Caixa “começa a responder com perdas” aos detentores desta dívida perpétua.
Mário Centeno disse ainda que, seguindo o plano de reestruturação até 2020, a Caixa poderá “considerar a emissão de produtos alternativos e que possa ser feita em condições de mercado mais favoráveis”.
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