“Vemos com grande preocupação este processo da Efacec, tal como vemos o da privatização da TAP, e da não recuperação de um conjunto de empresas que são essenciais para o desenvolvimento da nossa economia, para a nossa soberania, que o Governo mantém ou entrega ao setor privado, a grandes grupos económicos do privado, que apenas têm na mira, o lucro, que não estão minimamente preocupados com o desenvolvimento do nosso país, com a melhoria do nosso desempenho nesses setores”, declarou a secretária-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN), Isabel Camarinha, em Vila Nova de Gaia.
À margem da greve dos trabalhadores da RTP onde participou, Isabel Camarinha criticou o Estado por ir meter mais 160 milhões de euros na Efacec, sem ter promovido o desenvolvimento da empresa.
“O que o Estado tem feito é enterrar milhões de euros na Efacec sem promover o seu desenvolvimento, e a sua colocação, no sentido de contribuir para o desenvolvimento da nossa economia e do nosso país. [O Estado] apenas lá enterrou milhões de euros e agora privatiza, entregando-a a um fundo, a quem ainda vai oferecer mais de 160 milhões de euros”, declarou a líder da CGTP.
Isabel Camarinha recordou que a CGTP sempre exigiu a recuperação dessas empresas para o Estado.
A Efacec, empresa que opera nos setores da energia, engenharia e mobilidade, com cerca de 2.000 trabalhadores, tinha sido nacionalizada em 2020, ficando o Estado a deter 71,73% da empresa.
A nacionalização, apresentada como temporária, ocorreu na sequência do arresto judicial de bens da empresária angolana Isabel dos Santos, que detinha a maioria do capital da Efacec.
Na terça-feira, o ministro da Economia disse que o Estado vai injetar mais 160 milhões de euros na Efacec, enquanto o novo dono, o fundo Mutares, injetará na empresa 15 milhões de euros em capital e 60 milhões de euros em garantias.
O Estado já injetou 132 milhões de euros na Efacec, a que se somam mais 85 milhões de euros em garantias.
Em 07 de junho, o Governo aprovou a proposta da alemã Mutares para a privatização da Efacec, sem revelar os valores envolvidos.
Em abril, a Parpública anunciou ter recebido propostas vinculativas melhoradas de quatro candidatos à compra de 71,73% da Efacec, no âmbito do processo de reprivatização da empresa.
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