“Fomos informados [pela Faurecia] de que os trabalhadores com contrato precário (temporários) serão todos despedidos”, refere um comunicado da CT da Faurecia, salientando que estes 100 funcionários vão juntar-se aos cerca de 600 que já foram despedidos em diversas empresas do Parque Industrial da Autoeuropa, devido à pandemia de covid-19.
“A adicionar a estes trabalhadores temos outros tantos com perda de rendimentos salariais pela via do ‘lay-off’, desde o final de março e que se prolongará até ao final de maio. Ficam os contratados a termo e os efetivos, vamos ver até quando”, acrescenta o comunicado, advertindo para a necessidade de medidas eficazes para a salvaguarda dos postos de trabalho e “proteção aos trabalhadores com a perda de rendimentos”.
A Faurecia, uma empresa de componentes automóveis instalada no Parque Industrial da Autoeuropa, anunciou no final do passado mês de março que iria aplicar o `lay-off´ a 178 trabalhadores, mas que tencionava manter os 520 postos de trabalho da fábrica e que estava a tentar encontrar soluções para os trabalhadores temporários.
No entanto, de acordo com o comunicado da CT, tudo indica que a empresa não encontrou soluções para os referidos trabalhadores temporários, até porque o cenário do mercado automóvel não é nada animador para o futuro próximo.
“As informações que nos chegaram ontem [terça-feira], dia 28 de abril, na reunião com a direção da empresa não são nada animadoras em relação aos clientes. A Autoeuropa a produzir de forma gradual, a Jaguar Land Rover com uma paragem até dia 18 de maio e com previsão de um retomar da produção com volumes muito baixos, são preocupações em relação ao nosso futuro e dos postos de trabalho”, lê-se no comunicado.
“O mercado automóvel está com perdas de produção bastante acentuadas e com previsões de recuperação que não são nada animadoras”, acrescenta a CT da Faurecia, considerando que os postos de trabalho estão em causa devido a uma redução drástica do consumo, numa altura em que, devido à pandemia, “comprar um automóvel não será um bem essencial para os que perderam os seus rendimentos e postos de trabalho”.
“São necessários incentivos para a compra de automóveis. Uma economia sem consumir será um desastre”, conclui a CT da Faurecia.
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