Segundo fonte comunista, o “quadro marcado pela confirmação dos condicionamentos decorrentes das opções” do executivo minoritário do PS e sua “convergência crescente” com “PSD e CDS, nomeadamente em matéria de legislação laboral, mas não só”, será um dos grandes focos do encontro.
A primeira reunião de 2018 desta estrutura do PCP aconteceu no fim de semana de 20 e 21 de janeiro, uma semana após a eleição de Rui Rio como presidente do PSD e de declarações públicas do sucessor de Passos Coelho a favor de entendimentos com os socialistas e, reciprocamente, da parte do secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa.
“A situação política e social e desenvolvimento da luta”, bem como o “exame a aspetos no quadro internacional” global e outros “desenvolvimentos no quadro da União Europeia”, nomeadamente os anunciados cortes nos fundos de apoio comunitários ou a reforma da moeda única, entre outras matérias, farão parte dos temas de “análise a linhas de intervenção política do partido [PCP]” e “de identificação das respostas e ação necessárias para os problemas” de Portugal, adiantou a mesma fonte.
Os perto de 150 membros do Comité Central do PCP encontram-se na sexta-feira, na sede nacional da rua Soeiro Pereira Gomes, Lisboa, a partir das 15:00, e os trabalhos prolongam-se também para sábado, sendo as principais conclusões transmitidas pelo secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, mas apenas no domingo, pelas 11:00, em conferência de imprensa.
Os dirigentes do PCP têm vindo a criticar, entre outros assuntos, o acordo obtido em concertação social pelo Governo confederações patronais e organizações sindicais, exceto a CGTP/IN, e cuja discussão e votação no parlamento estão agendadas para sexta-feira (06 de julho).
O impasse na negociação entre sindicatos de professores e Ministério da Educação para a contabilização do tempo de serviço dos professores ou a falta de investimento e carências de meios humanos e materiais no Serviço Nacional de Saúde são outras reclamações recorrentes do PCP.
O PCP é um dos três partidos, juntamente com BE e PEV, que assinou posições conjuntas com o PS permitindo, em novembro de 2015, a viabilização do Governo.
Na próxima semana, se ambas as agendas permitirem, prevê-se uma reunião formal de topo, entre Jerónimo de Sousa e António Costa, além de outros dirigentes comunistas e do ministro das Finanças, Mário Centeno, sobre o OE2019, à semelhança do ano passado, sem prejuízo dos encontros quotidianos entre as partes na Assembleia da República.
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