“A Autoridade da Concorrência (AdC) decidiu abrir uma investigação aprofundada à operação de concentração que envolve a aquisição de controlo exclusivo, pela Fidelidade, de dois fundos de investimento imobiliário, anteriormente geridos por uma sociedade gestora de fundos do grupo CGD [Caixa Geral de Depósitos]”, avançou, em comunicado, a entidade presidida por Margarida Matos Rosa.
Na análise desta operação, a AdC considerou a “sua dimensão vertical”, tendo em conta que parte dos ativos imobiliários são utilizados “em regime de arrendamento, por operadores hospitalares privados concorrentes da Luz Saúde, empresa que integra o grupo Fidelidade, que passará a deter a gestão dos referidos fundos”.
A AdC decidiu assim dar início a esta investigação por considerar que, “perante os elementos recolhidos até ao momento, não se pode excluir” que a operação resulte em “entraves significativos à concorrência efetiva no mercado”, tendo em conta que foi identificada a possibilidade de vir a ocorrer “um encerramento do mercado aos operadores concorrentes da Luz Saúde que dependem daqueles ativos imobiliários”.
De acordo com a Lei da Concorrência, após as diligências da investigação, a AdC pode decidir não se opor ao negócio, se concluir que a operação, tal como notificada, “não é suscetível de criar entraves significativos à concorrência nos mercados”, ou proibir o negócio se determinar que a concentração é suscetível de criar os referidos entraves, “com prejuízos para os utentes das unidades de cuidados de saúde hospitalares privadas”.
Esta é a segunda investigação aprofundada a operações de concentração que a AdC decide desde o início do ano, após ter passado, em maio, a investigação a operação que envolve o Hospital São Gonçalo de Lagos pelo Grupo Particular do Algarve.
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