Os juros nulos, ou próximos de zero, explicam os economistas alemães, reduzem radicalmente as possibilidades de ganhos das instituições financeiras, o que é especialmente grave se se tem em conta a crise que atravessou o setor bancário.
O relatório foi apresentado hoje pelo presidente do conselho de assessores do ministério da Economia alemão, Hans Gersbach, e pelo diretor, Martin Hellwig, catedrático da Universidade de Bona, que coordenou a realização do documento.
“Com juros próximos de zero questionam-se os próprios fundamentos do sistema financeiro”, afirmou Hellwig.
O documento defende que quanto mais durar a política de juros nulos, maiores serão os riscos e mais difícil será pôr-lhe fim.
Segundo Hellwig, alguns problemas da atual política monetária do BCE já são evidentes, como a existência de uma ‘borbulha’ imobiliária ou o facto de que muitas pessoas, perante a possibilidade de investirem o seu dinheiro no mercado financeiro tradicional, estão a optar por duvidosas apostas de alto risco.
Em relação ao dinheiro em ‘cash’, outro dos temas do documento, os economistas referem no relatório que este “tem de continuar a ser um meio de pagamento importante”.
“Em todas as partes do mundo a circulação de notas de altos montantes foi reduzida e atualmente existem propostas para restringir radicalmente a utilização de dinheiro em ‘cash'”, referem os autores do relatório.
Os economistas referem no relatório que os bancos centrais não poupariam custos com a abolição do dinheiro em ‘cash’ e defendem que “a emissão de dinheiro em ‘cash’, com exceção para a moeda de um cêntimo, é benéfica para o BCE”.
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