“Ontem [domingo] à noite, após longas negociações, elaborámos um enquadramento para um possível acordo. Isto é um passo em frente e dá-nos esperança de que um acordo possa ser alcançado hoje, ou pelo menos que um acordo seja possível”, afirmou Angela Merkel, em declarações prestadas á entrada para ser retomada a cimeira extraordinária de líderes europeus, em Bruxelas, dedicada à resposta comunitária à crise gerada pela covid-19.
Depois de mais de 20 horas de negociações no domingo, mais à margem do que em plenário, e de os trabalhos formais terem sido interrompidos já de madrugada, os chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE) voltam a sentar-se à mesa esta tarde, com Angela Merkel a mostrar-se otimista sobre a base negocial agora em cima da mesa, que prevê a atribuição de 390 mil milhões de euros aos países em subsídios a fundo perdido.
Lembrando a proposta franco-alemã, que propunha um montante de 500 mil milhões de euros em subvenções, a chanceler considerou que este documento “deu o impulso para um pacote realmente substancial nesta situação excecional”.
E, a seu ver, “foi por isso que foi possível chegar a acordo para uma proporção considerável de subvenções”, argumentou Angela Merkel.
Considerando ser “evidente que haveria negociações incrivelmente duras” neste Conselho Europeu, que irão prosseguir esta tarde, a responsável disse ainda esperar que “o fosso que resta possa ainda ser colmatado”, embora admitindo que tal “não será fácil”.
Também otimista mostrou-se a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que ao chegar ao Conselho Europeu, para o quarto dia de cimeira, indicou que apesar de os 27 “ainda não terem lá chegado”, a um acordo, “as coisas estão a avançar na direção certa”.
“Após três dias e três noites de maratona de negociações, estamos agora a entrar na fase crucial”, frisou a também alemã.
Ursula von der Leyen afirmou, ainda, ter a “impressão de que os líderes europeus querem realmente um acordo”.
“Eles mostraram a vontade clara de encontrar uma solução e nós precisamos de uma solução […]. Estou positiva em relação ao dia de hoje”, concluiu Ursula von der Leyen.
Reunidos desde sexta-feira de manhã, os líderes europeus não lograram ainda chegar a um acordo sobre o próximo quadro orçamental para 2021-2027 e o Fundo de Recuperação, os pilares do plano de relançamento da economia europeia para superar a crise da covid-19.
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