A construção e imobiliário têm sido um dos motores da economia portuguesa. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), no 1º trimestre de 2017, o Investimento em Construção em Portugal teve um crescimento de 2,8% registado no PIB. Registou uma variação positiva de 8,5% face ao período homólogo do ano passado, e mais 5%, quando comparado com o trimestre anterior. Ainda de acordo com o INE, representa 50,5% do investimento total da economia.
A nível do emprego, no primeiro trimestre do ano e em termos homólogos, registou-se a criação líquida de 23045 postos de trabalho.
O número de edifícios licenciados cresceu igualmente: 28,1% face ao período homólogo, materializado nos 4900 edifícios com licenças de construção.
Os dados preliminares divulgados pelo INE mostram um aumento nas licenças emitidas e das obras concluídas entre janeiro e março, período durante o qual foram terminados 2900 edifícios, mais 15,9% do que no período homólogo e mais 8,9% do que nos últimos três meses do ano passado, sendo a maioria edifícios licenciados construções novas com a maior fatia destinada a habitação.
Restrição na concessão do crédito e dúvidas sobre a economia portuguesa
Na leitura destes números, maior crescimento, mais emprego e construção, a Associação dos Industriais da Construção de Edifícios (AICE), apesar de destacar que tal se deve essencialmente à maior abertura na concessão de crédito para aquisição de casa, ao investimento estrangeiro no imobiliário (com os programas Golden Visa ou o Residente não Habitual) e a um clima de confiança gerado com base nos bons resultados da economia portuguesa, avisa que o cenário está longe de ser perfeito.
Rui Rosa, vice-presidente da AICE alerta para “alguma restrição na concessão de crédito bancário e alguma dúvida sobre a sustentabilidade do bom desempenho da economia portuguesa por parte de investidores e do próprio mercado”.
Em relação à construção nova, a Associação realça que existe escassez de produtos de qualidade ou diferenciados no mercado.
Por fim, se no centro das cidades a construção nova acompanha a reabilitação no dinamismo que a procura de produtos bem localizados tem vindo a imprimir a reboque, essencialmente, do mercado estrangeiro, “nas periferias começa a sentir-se alguma procura por produtos” em que o “preço, área, estacionamento ou qualidade de projeto” são determinantes na escolha, conclui Rui Rosa.
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