“Mais uma vez tivemos a boa notícia de Portugal ter sido reclassificado e ter saído da classificação de graves desequilíbrios para a situação de desequilíbrios, juntando-se à generalidade dos países da União Europeia”, afirmou Costa, no Porto.

Para o primeiro, ministro, se Portugal quer “continuar esta trajetória, continuar a ter níveis de crescimento” como os registados no ano passado, “continuar a reduzir o desemprego” como tem vindo a reduzir e continuar “a ter finanças mais sólidas”, é preciso “apostar na inovação como grande motor de desenvolvimento”.

"E para termos inovação precisamos de ter bom investimento, bom investimento estrangeiro e, para isso, é essencial investimento estrangeiro”, afirmou o primeiro-ministro, no âmbito da cerimónia de inauguração do Centro de Competências de Tecnologias de Informação da Natixis em Portugal.

A Comissão Europeia retirou hoje Portugal da lista de Estados-membros com “desequilíbrios macroeconómicos excessivos”, por ocasião da adoção do “pacote de inverno de semestre europeu” de coordenação de políticas económicas, considerando agora que o país apresenta apenas “desequilíbrios”.

Depois de, em novembro passado, Bruxelas ter identificado 12 Estados-membros que considerou merecerem uma “análise aprofundada” devido aos seus desequilíbrios macroeconómicos, hoje decidiu retirar um desses países da lista (a Eslovénia) e desagravar o nível de desequilíbrios de outros três, Portugal, França e Bulgária, que passam a ser considerados países simplesmente com “desequilíbrios económicos”.

Segundo António Costa, Portugal tem hoje “mais de 100 centros de competências que empregam 50 mil pessoas, sobretudo nas áreas de tecnologias de informação e comunicação”, e é necessário continuar a captar mais.

“Aquilo que tem permitido Portugal ser hoje um centro de atração de centros de competências internacionais é naturalmente termos um ambiente de negócios amigável, termos um elevado nível de segurança, termos boas redes de infraestruturas, em particular do ponto de vista tecnológico, mas sobretudo o grande fator é a excelência da qualidade dos recursos humanos”, destacou.

O primeiro-ministro afirmou que “essa qualidade é hoje, de facto, o maior fator de competitividade de que o país dispõe”.

“E significa bem qual é o futuro do país e o que é que tem que ser a prioridade do país: continuar a investir, desde o pré-escolar ao ensino superior, na capacidade de formar mais e melhores recursos humanos”, vincou.

António Costa frisou que ter “mais e melhores recursos humanos” é fundamental para Portugal ter “mais e melhor emprego” e que este deve ser “um esforço que tem que ser transversal a toda a sociedade, tem de motivar as famílias, as empresas, o Estado, as autarquias, toda a sociedade”.

“Os africanos costumam dizer que é necessário uma aldeia para educar uma criança e nós temos que assumir que é necessário todo o país para ensinar cada criança e fazer de Portugal o maior repositório de qualidade de recursos humanos, para continuar a ter e atrair empresas de qualidade”, concluiu.

O governante disse ainda que a aposta na qualificação dos recursos humanos “é compensador e permite o país virar a página da crise”.


Última atualização às 14:34