Segundo Paulo Macedo, que está hoje a ser ouvido nas comissões parlamentares de Orçamento e Finanças e de Economia, o banco público tem mais de 20 mil pedidos moratórias em créditos de particulares (créditos à habitação), no valor de 1,4 mil milhões de euros, e cerca de 10 mil pedidos de moratórias de empresas (créditos de empresas), no valor de cerca de mil milhões de euros.

O presidente da CGD disse ainda que a isto acrescem as moratórias disponibilizadas pela CGD, mas nessas não indicou o número de pedidos, referindo, contudo, que o banco tem uma quota pequena no crédito ao consumo, pelo que é "muito menor" a quantidade de moratórias que dará para operações de crédito ao consumo.

Desde final de março está em vigor a lei que permite a suspensão dos pagamentos das prestações de créditos à habitação e créditos de empresas (capital e/ou juros) por seis meses, de abril a setembro.

Já na semana passada, os principais bancos que operam em Portugal acordaram moratórias para crédito ao consumo (não abrangido pela lei do Governo) e crédito à habitação, sendo que neste podem aceder à moratória clientes com quebras de 20% nos seus rendimentos (que a lei do Governo também não abrange).

O presidente do BCP disse na terça-feira, no parlamento, que o banco tem atualmente 80 mil moratórias de créditos (tanto públicas como privadas), no valor total de 4,5 mil milhões de euros.

O presidente do Santander Totta, por seu lado, indicou que o banco tem 70 mil moratórias de créditos no valor de 7,5 mil milhões de euros.

Questionado pela deputada do BE Mariana Mortágua sobre a CGD ter menores moratórias de crédito do que outros bancos, Macedo começou por indicar que logo no crédito ao consumo terá menores, uma vez que a quota é menor.

Contudo, disse, a própria CGD está a analisar o motivo por que sendo o banco líder no crédito à habitação não teve mais pedidos de moratórias em crédito à habitação, avançando que poderá estar relacionado com a base média de clientes da CGD não ter sido afetada no emprego, por serem mais pensionistas e funcionários públicos.

Ainda na audição de hoje no parlamento, o presidente da CGD falou das linhas de crédito covid-19 (garantidas pelo Estado) para apoio a empresas, referindo que o banco público tem 4,3 mil milhões de euros aprovados no total de 26 mil operações.

Ainda segundo o presidente do banco público, entre o financiamento que a CGD tem pré-aprovado, as linhas de crédito abertas e os empréstimos já transferidos para as contas dos clientes, o valor que a CGD tem disponível para empresas ascende a 10,7 mil milhões de euros.

Na terça-feira, o BCP disse que tem 4,3 mil milhões de euros de crédito para empresas, no âmbito de linhas covid-19, e o Santander Totta indicou que tem aprovados 2.000 milhões de euros.

Esta semana, o parlamento está a ouvir os presidentes dos principais bancos sobre as medidas do setor de apoio a famílias e empresas e nomeadamente sobre as dificuldades colocadas pelos bancos para emprestarem dinheiro a empresas muito afetadas pela crise da covid-19.

Ainda hoje será ouvido o presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho.

(Notícia atualizada às 11h11)