António Costa reúne-se primeiro, pelas 14:30, com representantes das cadeias de hotéis Vila Galé, Porto Bay, Pestana e Sana, encontrando-se depois, pelas 17:00, com dirigentes da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).
Estas reuniões vão decorrer no âmbito dos encontros que o líder do executivo iniciou na semana passada, que começaram com as instituições responsáveis por projeções sobre a evolução da economia portuguesa (Instituto Nacional de Estatística, Banco de Portugal e Conselho de Finanças Públicas), às quais se seguiram audições com economistas e com os parceiros sociais.
No caso do setor do turismo, na quinta-feira passada, na Assembleia da República, António Costa deixou um apelo à generalidade dos portugueses no sentido de que este ano passem as suas férias de verão em Portugal, de forma a atenuar o impacto da crise neste setor, que é um dos que possui maior peso no Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Já em relação à restauração, na entrevista que concedeu à agência Lusa no passado dia 10, o primeiro-ministro apontou, precisamente, este setor como exemplo da sua opção de rejeitar "a receita da austeridade de há 10 anos", alegando que um caminho de cortes salariais e de pensões geraria, novamente, um problema de procura na economia portuguesa.
"O primeiro-ministro quer ouvir as principais preocupações e as posições dos setores hoteleiro e da restauração. É preciso encontrar soluções de forma coordenada no terreno", disse à agência Lusa fonte do executivo.
Na semana passada, após ter sido recebido pelo primeiro-ministro, o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, manifestou-se "muito preocupado" com o que poderá acontecer neste verão em termos de consequências económicas para o setor, salientando que 90% das empresas têm agora "vendas zero".
"Em março, praticamente, tivemos quebras de 50% em toda a atividade. Em abril e maio, mais de 90% das nossas empresas vão ter vendas zero. Já tivemos o problema da Páscoa, mas estamos bastante preocupados com o que pode acontecer no verão", declarou o presidente da CTP.
Pouco depois destas declarações do presidente da CTP, o ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, afirmou que a grande preocupação do Governo, em interação com a banca, é fazer com que o dinheiro dos apoios chegue à tesouraria das empresas até ao fim deste mês.
"O esforço que temos feito, quer pelo lado do Governo, quer na interação que temos com o sistema bancário, é de assegurar que o dinheiro chega à tesouraria das empresas a tempo do cumprimento dos compromissos no final deste mês de abril. Esse é o nosso objetivo - e é para isso que temos estado a tentar mobilizar o mais possível o sistema bancário", acrescentou.
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