“As medidas restritivas que atingem os próximos dois fins de semana, a que se junta a tolerância de ponto para alargar esses fins de semana até aos feriados de 01 e 08 de dezembro, traduzem-se num forte condicionalismo em relação a oito dias completos, cujos principais prejudicados são a economia local e o comércio, serviços e turismo”, refere a NERC em comunicado enviado à agência Lusa.

Para a associação, o anúncio do Governo “é tanto mais grave quanto se recomenda e remete para as empresas a possibilidade de suspenderem a atividade”.

“Numa situação de quebra dramática dos rendimentos, o país não pode dar-se ao luxo de perder tantos dias de produção, não existindo qualquer base científica que justifique o encerramento generalizado das empresas”, alega.

A direção da NERC considera “fundamental que o Governo perceba que as empresas portuguesas têm compromissos a honrar com trabalhadores e com clientes e, se as empresas fecharem, uma parte vital do país fecha com elas”.

“A ajuda do Governo às empresas não pode ser por episódios e fatiada e tem de ser imediata, forte e bem pensada”, acrescenta.

Ainda de acordo com a nota, as medidas do Governo, das Câmaras Municipais e das Comunidades Intermunicipais (CIM) “não devem ser tomadas desgarradas, funcionando com apoios diferenciados e sem foco no objetivo coordenado de defesa das empresas na sua região”.

A NERC assinala também que é preciso reforço para os apoios concertados e mobilizadores de apoio às empresas e ao apoio local “por parte da CIM da Região de Coimbra, bem como o seu papel supramunicipal com o envolvimento de todas as Câmaras”.

Se as estruturas municipais não funcionarem nestas alturas de crise, “não têm razão de existir no futuro, já que não cumprem o seu principal objetivo de concertação de emergência social e empresarial”, segundo a associação.

O Governo anunciou no sábado as medidas de contenção da pandemia da covid-19 para o novo período de estado de emergência, que vigorará entre as 00:00 de terça-feira, 24 de novembro, e as 23:59 de 8 de dezembro.

Entre outras medidas, nas vésperas dos feriados não haverá aulas e a função pública terá tolerância de ponto. O Governo apelou ao setor privado para dispensar também os trabalhadores nestes dois dias.