A previsão mais otimista é a de uma recessão de 0,8% em 2020, no melhor dos cenários previstos por João Pisco, analista financeiro e de mercados do Bankinter Portugal, num quadro em que “a pandemia é controlada rapidamente de forma eficaz”.

O cenário base do Bankinter é, no entanto, de uma queda de 2,7% do PIB em 2020, que assume “uma contração bastante severa no segundo trimestre, seguida de uma recuperação relativamente célere, que terá início em meados do terceiro trimestre e se irá acentuando ao longo do quarto trimestre”.

Já no cenário pessimista, o analista do Bankinter aponta para uma queda de 4% do PIB em 2020, assumindo que a paragem da economia “se estende por mais do que dois meses”.

A segunda instituição menos pessimista é o Banco de Portugal (BdP), cujo cenário base projeta uma quebra de 3,7% da economia nacional em 2020, assumindo que “o impacto económico da pandemia é relativamente limitado, o que decorre, em parte, da hipótese de que as medidas adotadas pelas autoridades económicas são bem-sucedidas na contenção dos danos sobre a economia".

Já no cenário adverso do BdP, de uma quebra de 5,7% do PIB, “assume-se que o impacto económico da pandemia é mais significativo devido à paralisação mais prolongada da atividade económica em vários países, conduzindo a maior destruição de capital e perda de emprego”, e uma “maior incerteza e níveis de turbulência mais significativos nos mercados financeiros”.

Segue-se um estudo do economista do ISEG (Universidade de Lisboa) António Afonso, elaborado para a Rede Europeia para a Investigação em Política Orçamental e Económica, que prevê uma queda de 3,9%, no melhor cenário, a 5,8% no pior.

De resto, o Grupo de Análise Económica do ISEG aponta para uma quebra do PIB entre os 4% e os 8%, de acordo com a Síntese Económica de Conjuntura de março.

O intervalo nas quebras previstas, de 4% a 8%, "assume, implicitamente, duas evoluções diferenciadas para a crise e emergência sanitário-económica".

Uma é a "evolução menos penalizadora para a atividade económica em que as maiores restrições durarão cerca de dois meses com gradual relaxamento das restrições e regresso ao funcionamento das atividades encerradas nos meses posteriores", e outra "uma evolução mais duradoura da fase mais restritiva, ou uma abertura mais lenta das atividades económicas agora encerradas".

O Fórum para a Competitividade, por sua vez, aponta os mesmos números que o ISEG, considerando que se a pandemia for contida nas próximas semanas, não só em Portugal como nas principais economias, pode haver uma “recuperação relativamente rápida, ainda que com limitações”, o que levaria a uma quebra de 4% do PIB.

Já se crise se prolongar por mais tempo e as "medidas lançadas se revelem insuficientes", a queda do PIB é estimada em 8%.

Segundo o Fórum para a Competitividade, o setor do turismo deverá ser dos mais afetados, já que mesmo numa melhoria da situação o receio de contágio deverá continuar a limitar as deslocações, penalizando o setor.

Na casa dos 5% aos 10% ficaram as previsões do economista Francisco Louçã, que numa entrevista à Lusa apontou para um recuo “mais próximo dos 10%”, com o risco de a recuperação ser “muito lenta”.

O professor universitário disse que vê “muitos economistas a tratar esta crise como se fosse uma crise em 'V', em que há uma queda da produção devido a um choque exógeno e há, depois, uma rápida recuperação”.

Uma tese que Louçã diz ser a que aparentemente está a ser seguida “pelo Ministério das Finanças português”, mas que não passa de “uma história mal contada”.

A previsão mais pessimista é a da Universidade Católica, cujo Núcleo de Estudos (NECEP) apontou, em 23 de março, para uma queda do PIB de 20%, no cenário mais adverso.

Para o cenário central é estimada uma contração do PIB da ordem dos 10%, e no cenário mais otimista, a previsão é que o PIB irá cair 4% em 2020.

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