“O impacto negativo do coronavírus na economia de Angola, através de menores receitas de exportação de petróleo, tem o potencial para exacerbar os já de si difíceis problemas económicos”, lê-se numa nota enviada aos investidores, e a que a Lusa teve acesso.
Os analistas acrescentam que “a atividade económica em Angola já tem estado lenta nos últimos meses, e os efeitos do coronavírus pode exacerbar os constrangimentos da economia”.
A produção de petróleo no país, o segundo maior produtor da África subsaariana, desceu para 1,32 milhões de barris por dia em janeiro, “mas apesar das receitas petrolíferas terem provavelmente aumentado em janeiro, isto dificilmente vai prolongar-se em fevereiro devido à recente descida nos preços do petróleo decorrente dos receios com o coronavírus”, apontam os analistas.
Cada descida de 10 dólares no preço custa 5% do Produto Interno Bruto (PIB) em receitas petrolíferas perdidas se a descida do preço se mantivesse durante um ano, escreve a Capital Economics, salientando que a Sonangol até já foi obrigada a vender um carregamento a preço mais baixo “depois de importadores chineses terem cancelado a compra devido ao fecho dos portos”.
Sobre a economia não petrolífera, o panorama também não é animador: “As importações caíram pelo quinto mês consecutivo em outubro, apontando para uma procura interna anémica”, concluem os analistas.
O balanço provisório da epidemia do coronavírus Covid-19 é de 2.800 mortos e mais de 82 mil pessoas infetadas, de acordo com dados reportados por 48 países e territórios.
Das pessoas infetadas, mais de 33 mil recuperaram.
Além de 2.744 mortos na China, onde o surto começou no final do ano passado, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.
A Organização Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública de âmbito internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão nos últimos dias.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) registou 25 casos suspeitos de infeção, sete dos quais ainda estavam em estudo na quarta-feira à noite.
Os restantes 18 casos suspeitos não se confirmaram, após testes negativos.
No seu primeiro boletim diário sobre a epidemia, divulgado na quarta-feira, a DGS indicou que, “de acordo com a informação atual, o risco para a saúde pública em Portugal é considerado moderado a elevado”.
O único caso conhecido de um português infetado pelo novo vírus é o de um tripulante de um navio de cruzeiros que foi internado num hospital da cidade japonesa de Okazaki, a cerca de 300 quilómetros a sudoeste de Tóquio.
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