De acordo com as propostas reformuladas abertas na passada segunda-feira pelo administrador de insolvência, Pedro Pidwell, a oferta de valor mais elevado é a da Mabera, que se propõe pagar perto de 3,637 milhões de euros pela Coelima. Segue-se a do consórcio Mundo Têxtil/Felpinter (que oferece 2,615 milhões de euros) e a da RTL/José Fontão & Cia, no valor de 1,75 milhões de euros.

As três propostas que anteriormente tinham sido apresentadas por estas empresas ficaram sem efeito, já que a assembleia de credores realizada em 18 de junho deliberou que, até às 18:00 da passada segunda-feira, os três interessados na aquisição da insolvente – ou outros que, entretanto, surgissem – pudessem melhorar as respetivas ofertas.

Na assembleia de credores do passado dia 18, que durou mais de quatro horas, a venda da empresa de Guimarães, proposta pelo administrador de insolvência, foi aprovada por mais de 96% dos votos.

A análise e decisão final quanto às várias ofertas em cima da mesa — que se propõem, todas, dar continuidade à atividade da Coelima e manter os cerca de 250 postos de trabalho existentes – foi, contudo, adiada para hoje, com a assembleia de credores a ser retomada a partir das 10:00.

De acordo com o relatório do administrador de insolvência, a “venda antecipada do estabelecimento” é a opção que “permitirá salvaguardar os postos de trabalho e, consequentemente, o próprio estabelecimento, evitando deteriorações e depreciações resultantes do encerramento”.

O objetivo de Pedro Pidwell é “conseguir assegurar as condições para que o negócio fique ‘alinhavado’ antes do próximo dia 30, com a transferência do remanescente dos encargos operacionais para o comprador do estabelecimento”.

Parte integrante do grupo MoreTextile — que, em 2011, resultou da fusão com a JMA e a António Almeida & Filhos e cujo acionista principal é o Fundo de Recuperação gerido pela ECS Capital –, a Coelima apresentou-se à insolvência no passado dia 14 de abril, na sequência da quebra de vendas “superior a 60%” provocada pela pandemia e da não aprovação das candidaturas que apresentou às linhas covid-19.

Fonte do gabinete do ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, garantiu, contudo, à agência Lusa que “não deu entrada qualquer operação da Coelima no grupo Banco Português de Fomento no âmbito das linhas covid-19”.

O anúncio da sentença de declaração de insolvência da Coelima, especializada no fabrico de têxteis-lar, foi publicado em 22 de abril, com a empresa a apresentar um passivo de perto de 30 milhões de euros e cerca de 250 credores no final de 2020.

Apesar de ter inicialmente manifestado a intenção de apresentar um plano de insolvência com vista à recuperação da empresa, a administração da têxtil de Guimarães acabaria por recuar e, em 26 de maio, avançou à Lusa não estarem “reunidas as condições que permitam assegurar a manutenção da exploração”.

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