“A fábrica da Volkswagen Autoeuropa está a produzir diariamente o mesmo número de carros (890) que produzia antes da pandemia. Tem todas as condições para integrar estes 120 trabalhadores”, disse à agência Lusa Fausto Dionísio.
O coordenador da CT explicou que "os trabalhadores que a empresa não quer passar ao quadro estão numa área específica da fábrica que só faz veículos MPV (Multi-Purpose Vehicle), com uma produção atual de 160 carros por dia, mas que vai passar a fazer apenas 30".
No resto da fábrica há uma linha de montagem onde passam tanto os veículos MPV como o novo modelo T-Roc, mas o troço onde estão os 120 trabalhadores sob ameaça de desemprego só faz MPV, adiantou.
O coordenador da CT da fábrica de automóveis da Volkswagen em Palmela, no distrito de Setúbal, defende ainda que a empresa “deveria acionar o plano demográfico, que permite rejuvenescer a empresa, substituindo trabalhadores com mais de 60 anos por outros mais jovens, o que poderia facilitar a integração dos 120 que já foram notificados da não renovação dos contratos a termo.
Segundo Fausto Dionísio, há cerca de 70 colaboradores que já manifestaram vontade de sair por mútuo acordo, com uma indemnização de um mês e meio de salário por cada ano de trabalho, mantendo o seguro de saúde.
O representante dos trabalhadores reconhece que nos últimos dois anos a “Autoeuropa já passou ao quadro 1.300 trabalhadores contratados a termo, a grande maioria ainda antes de completarem três anos de contrato”, e que, “até final de outubro, vai passar ao quadro mais 300 trabalhadores”, mas reclama também a integração dos 120 que estão na iminência de ir para o desemprego.
“Na reunião que a CT já tem marcada, para sexta-feira, com a administração da empresa, vamos defender que estes 120 colaboradores também devem ser integrados no quadro de pessoal”, reforçou Fausto Dionísio, relembrando que a fábrica “está a produzir diariamente o mesmo número de carros (890) que produzia antes da pandemia”.
O sindicalista Eduardo Florindo, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITESUL), em declarações à agência Lusa na passada terça-feira, também manifestou preocupação com a não renovação dos contratos a termo destes 120 trabalhadores e prometeu discutir o assunto com a administração da Autoeuropa numa outra reunião prevista para quinta-feira.
A agência Lusa tentou ouvir também a administração da Autoeuropa, mas não obteve resposta.
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