“Abstemo-nos de fazer qualquer comentário”, disse aos meios de comunicação social o vice-ministro das Finanças japonês, Masato Kanda, depois de o iene ter ultrapassado brevemente a barreira psicológica de 150 unidades por dólar no mercado de câmbio, durante a noite de terça-feira.
Kanda referiu, no entanto, que o Governo japonês “continua firmemente empenhado em responder adequadamente às flutuações excessivas da taxa de câmbio, sem excluir quaisquer meios disponíveis”.
Esta nova depreciação do iene, cuja descida progressiva desde o ano passado tem gerado preocupação no país, surgiu após a publicação de dados sobre a oferta de emprego nos Estados Unidos, mais positivos do que o esperado e que levaram a um aumento da venda da moeda japonesa.
Esta queda tem estado associada à crescente divergência entre a subida das taxas de juro nos EUA e as políticas monetárias do Banco do Japão (BoJ), que privilegia a manutenção de medidas de estímulo, incluindo taxas ultrabaixas.
Em setembro de 2022, o Governo japonês realizou a primeira intervenção cambial desde 2011 com o objetivo de apoiar o valor da moeda nacional e a primeira a envolver a compra de ienes desde 1998.
Um iene fraco beneficia o volume de negócios no estrangeiro das empresas japonesas, que veem as suas remessas inflacionadas ao repatriá-las, e melhora a competitividade dos seus produtos, mas também tem um impacto negativo nas contas nacionais ao tornar as importações mais caras num país que é altamente dependente de bens vindos do estrangeiro. Durante a primeira hora de negociações em Tóquio, o iene foi negociado entre 148,95 e 149,23 unidades por dólar.
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