Em comunicado hoje divulgado, a Europol revela o resultado da OPSON 2020, que decorreu entre dezembro de 2019 e junho deste ano e que visava o combate ao tráfico e venda de alimentos e bebidas falsificados e de fraca qualidade.

Nesta operação foram desmanteladas 19 associações criminosas envolvidas em fraudes alimentares e detidos 406 suspeitos, num universo de mais de 26 mil ações policiais.

Globalmente foram apreendidas cerca de 12 mil toneladas de produtos falsificados ou de venda ilegal que eram potencialmente prejudiciais à saúde.

Segundo a Europol, tem aumentado a venda online de alimentos e bebidas falsificados e abaixo do padrão de qualidade exigido e que representam uma ameaça à saúde pública.

Durante a operação foi encontrada uma “nova tendência preocupante”: a infiltração de produtos de baixa qualidade na cadeia de abastecimento, “um desenvolvimento que pode estar ligado à pandemia de covid-19”.

Com mais de cinco mil toneladas apreendidas, os alimentos para animais foram o produto mais apreendido, seguidos das bebidas alcoólicas (mais de duas mil toneladas), cereais, grãos e produtos derivados, café, chá e condimentos.

No controlo de produtos lácteos, que incluiu ações em Portugal, Bulgária, Itália, França, Grécia e Suíça, foram apreendidas 320 toneladas de produtos falsificados, nomeadamente leite e queijo podre.

Além disso, foram apreendidas 210 toneladas de queijo que não cumpriam as condições para serem rotuladas com uma denominação geográfica protegida.

O azeite foi outro dos produtos que mereceu uma ação direcionada em Portugal, Albânia, Croácia, França, Alemanha, Grécia, Itália, Islândia, Jordânia, Lituânia, Noruega e Espanha tendo sido apreendidas 88 toneladas desse produto.

A fiscalização de álcool e vinho que também decorreu em 13 países, incluindo Portugal permitiu às autoridades policiais apreenderem 1,2 milhão de litros de bebidas alcoólicas, sendo a maior quantidade de vinho.

Esta operação, coordenada pela Europol e a Interpol, foi apoiada pelo Organismo Europeu de Luta Antifraude (OLAF), Comissão Europeia, Instituto de Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO) e pelas autoridades reguladoras nacionais.