“Vi uma economia a funcionar apesar dos tremendos desafios. As lojas estão abertas, os serviços estão a ser prestados e as pessoas vão trabalhar. Este é um legado notável para o espírito do povo ucraniano”, disse Georgieva num comunicado emitido pelo FMI, após visitar a Ucrânia, de onde partiu para Varsóvia, na Polónia.

A diretora-geral sublinhou que “as agências governamentais e as instituições económicas estão a funcionar muito bem”, cobrando impostos e pagando salários e pensões, apesar dos ataques a infraestruturas relevantes.

A economia ucraniana, acrescentou, “está a adaptar-se e espera-se uma recuperação económica gradual no decurso deste ano”.

“Nas minhas reuniões reiterei o empenho inabalável do FMI em continuar a apoiar a Ucrânia”, declarou Georgieva, referindo que, além do financiamento de emergência do ano passado, o FMI assumiu um compromisso com as autoridades ucranianas através do programa de monitorização PMB.

Segundo a representante, o programa “proporciona uma forte âncora para as políticas macroeconómicas e ajuda a catalisar um maior apoio dos doadores”.

“O resultado do PMB tem sido forte e prepara o caminho para discussões sobre um programa de financiamento completo do FMI”, acrescentou.

A diretora-geral do FMI visitou a Ucrânia na segunda-feira, ao mesmo tempo que o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e encontrou-se com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o primeiro-ministro, Denys Shmyhal, o ministro das Finanças, Sergii Marchenko, e o presidente do Banco Central da Ucrânia, Andriy Pyshnyy.

Kristalina Georgieva elogiou Zelensky e Shmyhal pela “sua forte liderança” e elogiou as autoridades ucranianas “pela sua impressionante gestão económica no meio de circunstâncias excecionalmente duras, adaptando as suas políticas para gerir choques grandes e complexos”.

“A sua intenção é passar de um período de recuperação para um período de transformação e reconstrução e de adesão à União Europeia”, disse Georgieva, que prestou homenagem ao povo da Ucrânia “pela sua força de espírito e resiliência face a uma guerra devastadora que ceifou demasiadas vidas e causou destruição generalizada e imenso sofrimento”.

“Partiu-me o coração ver com os meus próprios olhos a angústia dos cidadãos comuns e o custo que a invasão russa está a causar na Ucrânia”, acrescentou.

A ofensiva militar russa mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a II Guerra Mundial, nos anos 40 do século passado.

O número de civis mortos na guerra e confirmados pelas Nações Unidas ultrapassou hoje a barreira dos 8.000, anunciou o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, acrescentando registar também 13.287 feridos civis.