Os analistas explicam esta subida com o entusiasmo dos investidores face ao início da transição política nos EUA e os desenvolvimentos positivos na frente sanitária.
Em março, no início da pandemia do coronavírus nos EUA, este índice, que junta ações de grandes empresas, como Apple e Boeing, caiu fortemente, chegando a evoluir abaixo dos 19 mil pontos, antes de voltar a subir.
“O mercado subiu de forma acentuada depois dos mínimos de março”, observou Art Hogan, da National Holdings. “Isto mostra que encontrou uma forma de avançar”.
Na opinião deste analista, “há boas notícias a respeito das vacinas e a situação política nos EUA e as estatísticas económicas são estáveis”.
Desde a investidura de Donald Trump, em 20 de janeiro de 2017, o Dow Jones, criado há cerca de 125 anos, e integrado por 30 títulos, valorizou mais de metade.
O presidente cessante, que se vangloriou frequentemente dos desempenhos bolsistas durante o seu mandato, felicitou-se hoje por este novo recorde.
“A bolsa (sic) ultrapassou os 30 mil pontos, o que nunca tinha sido feito”, disse Trump, durante uma conferência de imprensa particularmente curta. “É um número sagrado. Ninguém pensava em vê-lo”.
Os outros índices mais emblemáticos da praça bolsista também fecharam em alta, com o tecnológico Nasdaq a apreciar 1,31%, para os 12.036,79 pontos, e o alargado S&P500 ganhou 1,62%, para as 3.635,41 unidades, estabelecendo também ele outro máximo histórico.
A bolsa nova-iorquina já tinha terminado em alta na segunda-feira, com os investidores animados com mais um anúncio sobre uma vacina contra o coronavírus e entusiasmados com a informação que Janet Yellen vai ser nomeada secretária do Tesouro no governo de Joe Biden, com o Dow a ganhar 1,12%, o Nasdaq a progredir 0,22% e o S&P500 a subir 0,56%.
Se não foi ao ponto de reconhecer diretamente a vitória do candidato presidencial democrata Joe Biden, Donald Trump “recomendou” na segunda-feira à noite que a agência governamental encarregada da transferência de poder nos EUA faça “o que for necessário” em relação aos protocolos.
Na segunda-feira, o anúncio do laboratório britânico AstraZeneca sobre a eficácia da sua vacina contra o coronavirus, desenvolvida em associação com a Universidade de Oxford, tinha entusiasmado os investidores, até por se somar aos já feitos por Pfizer/BioNTech e Moderna nas semanas anteriores.
O ambiente bolsista é tal, que nem a forte descida da confiança dos consumidores em novembro, segundo o índice da Conference Board divulgado hoje, o afetou.
Entre os títulos do dia, o vendedor de material eletrónico Best Buy fechou a perder 6,96%, apesar de ter divulgado resultados trimestrais acima das expectativas.
O grupo não apresentou perspetivas financeiras devido às incertezas ligadas à pandemia.
A cadeia de distribuição de artigos de desporto Dick’s Sporting Goods, valorizou 0,31% depois de ter apresentado resultado satisfatórios no terceiro trimestre. O grupo anunciou também o nome da sua nova presidente, Lauren Hobart, que vai substituir Edward Stack, chefe da empresa desde 1984, em fevereiro.
O conglomerado do setor agroalimentar McCormick subiu 1,93%, depois de anunciar a compra do fabricante de molhos picantes Cholula por 800 milhões de dólares (673 milhões de euros) em líquido.
Já a Tesla, que ganhou 6,43% e vai integrar o índice alargado S&P500 em dezembro, prosseguiu a sua ascensão, o que a colocou com uma capitalização bolsista superior a 500 mil milhões de dólares no fecho da sessão.
O seu dirigente, Elon Musk, tornou-se hoje o segundo homem mais rico do mundo, à frente de Bill Gates e a seguir a Jeff Bezos, segundo a lista dos multimilionários estabelecida pela Bloomberg.
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