Martin Sorrell, CEO da WPP, é acusado de uso indevido de fundos da empresa, assim como de conduta inapropriada. A empresa já concluiu a sua investigação, mas não revelou detalhes sobre as acusações que pendem contra Sorrell, e que este recusa.

O CEO é um dos executivos mais conhecidos e melhor pagos do Reino Unido. Martin Sorrell reinventou a WPP nos anos 1980, tornando-a a maior empresa de marketing e publicidade do mundo. Atualmente, a WPP emprega mais de 200.000 pessoas em mais de três mil escritórios em 112 países.

Face à saída de Martin Sorrell, o presidente Roberto Quarta vai assumir o papel de CEO. Mark Read e Andrew Scott ficarão responsáveis pelas operações da empresa.

Em comunicado dirigido aos trabalhadores, Martin Sorrell considerou que "a disrupção que estamos a experienciar simplesmente coloca demasiada pressão sobre o negócio. Foi por isso que decidi que é do vosso interesse e do interesse dos nossos clientes e acionistas, grandes e pequenos, que o melhor é que eu me afaste. Como founder, posso dizer que a WPP não é apenas uma questão de vida ou morte, foi e continuará a ser mais importante do que isso".

Analistas citados pelo The Guardian acreditam que a saída do CEO terá um impacto negativo na empresa e no ecossistema do setor. "Martin cai, a WPP cai. Haverá caos. A indústria não está preparada, os clientes não estão preparados. No curto prazo haverá caos", considera um executivo sénior de uma empresa concorrente da WPP citado pelo jornal britânico.

De referir que a WPP reportou recentemente os piores resultados da empresa desde a recessão do setor em 2009.

O acordo de saída prevê que Martin Sorrell receba cerca de 20 milhões de libras, cerca de 23 milhões de euros.