Uma semana depois da realização da Expofranchise 2023, feira de franchising que se realizou nos dias 12 e 13 de maio no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, e depois de termos falado com algumas das marcas participantes e de termos espreitado o ambiente , é tempo de fazer balanços e de perceber quais são as próximas metas a alcançar.
Durante o evento, a Associação Portuguesa de Franchising (APF), entidade que organiza a feira, divulgou dados que dimensionam o peso económico do franchising em Portugal, com um volume de negócios a rondar os 11 mil milhões de euros, correspondendo a 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB).
Em Portugal, este é um modelo de negócio com bastante maturidade, que se destaca pela diversidade de marcas e setores, que vão da alimentação aos serviços, do retalho à moda. Para Cândido Mesquita, CEO e fundador do Grupo NBRAND, que detém marcas como a House Shine, a Vangor, UNU Imobiliária, Urban Obras ou a New Code, a tendência é de crescimento e de renovação de empreendedores.
"Este ano, o que estamos a notar é um aumento da procura da opção de franchising, por novos empreendedores, que buscam criar o próprio negócio de forma segura, usando o sistema de franchising", explica ao SAPO24.
Falando especificamente do seu grupo, indica que a "procura aumentou bastante". "Na Vangor de Design de Interior e Mobiliário crescemos 24%, na UNU Imobiliária a procura aumentou 23%, na House Shine o setor de franchising em limpezas domésticas mais de 19%", revela. O setor da construção e reabilitação urbana é um dos que se destaca. "Na Urban Obras, que é um setor mais preenchido, aumentou 16%, muito motivado pelo efeito das taxas de juro, que aumenta a reabilitação de casas e o aumento da comercialização de imóveis usados, em detrimento dos novos".
O que explica a tração que o franchising tem na economia portuguesa? Para o empresário, há cada vez mais portugueses a avaliar como querem construir o seu futuro profissional.
"[Há] cada vez mais portugueses em situação de decisão do futuro. E entre trocar de emprego por um salário que não tem grande poder de compra ou abrir um negócio do zero, optam pelo setor do franchising dada a sua segurança. Neste sentido, o grupo NBRAND é beneficiado pelos seus 15 anos de atividade que acaba por ser uma garantia extra para quem pretende abrir o seu negócio através do franchising", conta.
Sobre os desafios que se avizinham para o futuro, destaca dois:
- Por um lado, na expansão do franchising "percebemos que há uma grande franja da população que ainda não tem conhecimento da possibilidade de empreender com o suporte de uma estrutura profissional de franchising e neste sentido, todo o setor está a fazer um grande esforço de comunicação e divulgação para aumentar o número de oportunidades";
- Por outro, dentro da gestão, "estamos numa era de tirar mais partido da automação, da inteligência artificial e desta forma aumentarmos a nossa diferenciação e gerar mais valor ao cliente final".
Foram quase 1.250 as pessoas que quiseram conhecer a meia centena de marcas que se apresentaram na Expofranchise 2023. O evento organizado pela APF - Associação Portuguesa de Franchising, que decorreu a 12 e 13 de maio, em Lisboa, foi o palco para marcas que se quiseram mostrar e encontrar futuros empreendedores em busca do seu próprio negócio.
O mercado do franchising chegou há mais de 30 anos a Portugal, mas parece estar longe de perder o fulgor. Aliás, a tendência, pelo que se pode deduzir pela opinião dos participantes da Expofranchise 2023, é que se está a passar o contrário. E se a McDonald’s e a Coca-Cola foram as grandes marcas internacionais que deram o pontapé de saída, hoje a escolha é muito mais variada e não se cinge apenas a grandes cadeias que chegaram para se estabelecer nos grandes centros comerciais.
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