“Ter ou não ter um responsável português à frente de uma instituição europeia não significa nada em concreto para Portugal” e “não é condição de melhoria para o país”, até porque "o problema não é quem preside ao Eurogrupo, mas sim o Eurogrupo”, afirmou a coordenadora do BE, Catarina Martins, à margem de uma visita à Escola Básica Eugénio dos Santos, em Lisboa.

O Bloco, acrescentou, “vê o Eurogrupo como um grupo informal da União Europeia, sem nenhuma legitimação que se compreenda e cujo papel tem sido impor políticas de austeridade um pouco por todos os países”.

“É uma divergência que temos com o PS e que mantemos”, concluiu.

O Eurogrupo teve, segundo a líder comunista, "responsabilidades muito grandes por várias crises" na Europa, como a de Portugal.

Contudo, Catarina Martins disse não estranhar que o ministro das Finanças se candidate porque "tem defendido que é preciso respeitar as metas do tratado orçamental" e até "ir mais além".

O Governo português anunciou formalmente hoje, ao final da manhã, a candidatura de Mário Centeno à eleição para a presidência do fórum de ministros das Finanças da zona euro, que decorrerá na próxima segunda-feira, em Bruxelas.

De acordo com o Conselho Europeu, a corrida à presidência do Eurogrupo terá outros três candidatos: Pierre Gramegna (Luxemburgo), Peter Kazimir (Eslováquia) e Dana Reizniece-Ozola (Letónia).

Em conferência de imprensa, o ministro das Finanças português disse que, se for eleito, pretende dar "um contributo construtivo", mesmo que "crítico às vezes" para "encontrar caminhos alternativos".

O primeiro-ministro, António Costa, salientou que a candidatura portuguesa à presidência do Eurogrupo procura estabelecer consensos e "reunir todos" à volta dos desafios que a moeda única europeia enfrenta e das reformas de que precisa.

Mário Centeno, 50 anos, natural de Olhão, Algarve, é ministro das Finanças desde 26 de novembro de 2015 e é apontado agora pela generalidade da imprensa internacional como o grande favorito ao cargo, depois de ter sido o 'eleito' entre os potenciais candidatos dos Socialistas Europeus, a família política com mais possibilidades de garantir (neste caso, manter) o posto até agora ocupado pelo holandês Jeroen Dijsselbloem.

[Artigo atualizado às 17:52]