A Bolsa de São Paulo abriu hoje em território negativo e, após uma hora de negociação, negociou com uma contração de 1,46%, depois de no dia anterior ter sofrido uma queda de 3,06%.

Na segunda-feira, o novo Presidente brasileiro deu indicação aos seus ministros para revogarem quaisquer possíveis processos de privatizações. No total foram suspensos oito processos de oito empresas estatais, incluindo a maior empresa petrolífera do Brasil, a Petrobras.

De acordo com a imprensa local, após este anúncio as ações da Petrobras chegaram a cair mais de 6% na segunda-feira.

Embora o mercado tenha tido dois meses para absorver o regresso de Lula da Silva ao poder na maior economia da América Latina, as primeiras medidas suscitaram receios sobre o futuro da situação fiscal do Brasil.

A isenção do imposto sobre combustíveis reduz as receitas fiscais, lança dúvidas sobre a capacidade do Governo de alcançar um excedente este ano e ameaça aumentar ainda mais o défice orçamental do Brasil.

O novo ministro das Finanças, Fernando Haddad, tinha dito que os subsídios seriam eliminados para não afetar as contas públicas, mas num duelo no seio do Governo, os conselheiros políticos de Lula da Silva, que acreditam que um aumento da inflação nos primeiros meses do seu mandato poderia ser fatal para a sua imagem, venceram.

O receio do mercado deve-se ao facto de que, apesar do empenho de Haddad numa política de austeridade e de combate ao défice fiscal, as medidas de Lula da Silva parecerem dizer o contrário, segundo economistas consultados pela agência Efe.

As primeiras decisões económicas de Luiz Inácio Lula da Silva também deixaram no mercado a impressão de que o Governo do líder progressista será mais intervencionista na economia do que o esperado e que utilizará empresas públicas em seu proveito.

As empresas cujas ações caíram mais na segunda-feira foram precisamente aquelas com controlo ou participação estatal.