Na sequência de um acordo entre o país e a China, o maior credor, para reestruturar a dívida com Pequim, o FMI anunciou que o Conselho de Administração tinha concluído a primeira avaliação do plano de salvamento do Sri Lanka, conhecido como Mecanismo de Financiamento Alargado (EFF), e disponibilizou uma segunda tranche de 337 milhões de dólares (313 milhões de euros).

A China detém 52% da dívida bilateral da ilha.

Colombo divulgou a oferta de reestruturação da dívida da China ao FMI numa base “estritamente confidencial”, disse Peter Breuer, chefe da missão do FMI para o Sri Lanka, aos jornalistas em Washington. A proposta está em conformidade com os objetivos de sustentabilidade da dívida do FMI para a ilha, indicou.

Breuer considerou que as reformas políticas do Sri Lanka estavam a mostrar resultados e a economia estava a dar sinais de estabilização.

“Encorajamos as autoridades a continuarem a desenvolver estes ganhos duramente conquistados e a prosseguir a mobilização de receitas”, afirmou Breuer.

Colombo congratulou-se com a última injeção de fundos do FMI e comprometeu-se a manter as reformas, frequentemente impopulares, uma vez que visam aumentar impostos, abolir subsídios à energia e privatizar empresas públicas.

A ilha de 22 milhões de habitantes sofreu a pior crise económica em 2022 e está em situação de incumprimento da dívida externa de 46 mil milhões de dólares (42,6 mil milhões de euros) devido à falta de divisas para pagar importações como alimentos, combustível e medicamentos.

O país obteve um empréstimo de resgate de quatro anos do FMI, cuja primeira parcela de 330 milhões de dólares (306 milhões de euros) foi paga em março. Com a decisão de terça-feira, o Sri Lanka recebeu cerca de 670 milhões de dólares (621 milhões de euros) de um total de três mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros).

No mês passado, Colombo afirmou ter chegado a um acordo de princípio com os credores, incluindo a China, para reestruturar a dívida de 5,9 mil milhões de dólares (5,5 mil milhões de euros), abrindo caminho a uma nova tranche de ajuda do FMI.

No auge da crise económica do ano passado, a agitação civil forçou a destituição do então Presidente Gotabaya Rajapaksa.