Acho que estamos a confundir Bolts. E estávamos.
Esta foi a primeira coisa que percebemos quando encetámos esforços para entender por que razão "a Bolt" tinha deixado de operar em oito cidades norte-americanas e qual o risco de isso afetar as operações da empresa em Portugal.
Mas uma coisa é a Bolt que opera em solo nacional e em vários outros pontos do mundo, conhecida pela cor verde, e aquela que foi fundada por Usain Bolt, em tempos o homem mais rápido do mundo, com base em Miami e que deixou subitamente de servir as cidades de Portland, Oregon, Burlington, South Burlington, Winooski (no Vermont), Richmond, California (Virginia) e St. Augustine (Florida).
Segundo uma notícia do TechCrunch, a partida da empresa foi, em alguns casos, "abrupta", deixando às cidades a missão de lidar com "equipamento abandonado, chamadas e e-mails por atender, e muitas perguntas".
Os responsáveis locais disseram ao site de tecnologia que não conseguiram contactar ninguém da empresa, incluindo o CEO Ignacio Tzoumas. Também as tentativas por parte da própria TechCrunch em conseguir esclarecimentos junto de Usain Bolt ou de responsáveis da empresa não deram em nada — "nem o serviço ao cliente parece ter gente", escreve.
Em Winooski a empresa informou as autoridades locais que ia cessar operações uma semana depois da data prevista para o efeito. Em Burlington fala-se em "radio silent", ou seja, em apagão das comunicações.
Esta Bolt que, reitere-se, não deve ser confunda com a empresa europeia que opera também em Portugal, parecia estar em franco crescimento há 18 meses, tendo adquirido em janeiro de 2021 bens da Last Mile Holding, detentora das empresas de micromobilidade Gotcha e OjO Electric. A Bolt Mobility lançou-se ainda em 48 novos mercados, sobretudo em pequenas cidades.
Agora, a empresa está a dispensar funcionários e as cidades norte-americanas "penduradas" estão a estudar o que fazer com o material abandonado pela empresa nas suas ruas.
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