![Gulbenkian lidera 'ranking' que avalia património das fundações portuguesas](/assets/img/blank.png)
Os dados constam num estudo a apresentar hoje, em Lisboa, pelo Centro Português de Fundações (CPF), e dizem respeito às fundações com informação disponível de dois anos fiscais (2014, 2015 ou 2016) na base de dados Informa D&B, com 175 fundações.
Num índice composto são apresentadas as 15 maiores fundações em cada um dos itens analisados. Embora não haja informação disponível para todos os pontos, o trabalho serve como base para estudos mais aprofundados a desenvolver sobre o setor.
Em número de funcionários, fica no topo a Fundação Salesianos, com 1.659 empregados. O património, no valor de 94.258.709 euros, coloca-a em décimo lugar neste indicador.
As tabelas contemplam o valor do património, o investimento, a despesa e o número de empregados.
A Universidade de Aveiro surge em segundo lugar no número de empregados (1.526), mas sem informação disponível para os restantes indicadores.
Dados e contextos de atuação vão estar hoje em debate no XV Encontro Nacional das Fundações, organizado pelo CPF, na Fundação Champalimaud, em Lisboa.
O desenvolvimento comunitário, a solidariedade e a inclusão social (64%) continua a ser a principal área de atuação das fundações, que se situam sobretudo na região de Lisboa, de acordo com o estudo agora apresentado.
Cerca de 22% dedica-se à cultura e 14% à investigação, ciência e saúde, no que respeita à atividade principal.
A Fundação Champalimaud (com cerca de mil milhões de euros) obtém o segundo lugar no valor do património, seguida pela Fundação José Berardo (com 777.321.778 euros).
No número de empregados, a terceira posição é da Fundação Inatel, com 889 funcionários. O património, de 154.729.534 euros, confere-lhe o terceiro lugar neste requisito.
O ranking da despesa é liderado pela Champalimaud, com um valor de 157.993.565 euros, seguindo-se a Gulbenkian, com 104.357.000 euros e a José Berardo, com 46.436.746 euros.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do Centro Português de Fundações, Luís Braga da Cruz, afirmou que o objetivo do trabalho foi responder à pergunta: “Quantos somos, onde estamos e o que fazemos” para poder partilhar informação e fazer uma nova análise daqui a dois anos.
Mais de 17.000 pessoas trabalham nas fundações, o que corresponde a 10% do emprego no setor da economia social, acrescentou.
“O Espaço da Filantropia e os Espaços das Fundações” será o tema a abordar hoje numa sessão que começa com a ministra da Presidência, Maria Manuela Leitão Marques, de acordo com o programa divulgado.
Braga da Cruz sublinhou que nos últimos anos houve um decréscimo na criação das fundações, defendendo a agilização do processo para a constituição destas entidades, que, sustentou, “devem ser privadas”.
“Não nos parece bem que haja uma apropriação do modelo fundacional por parte do Estado”, referiu, frisando: “O princípio das fundações são pessoas com fins altruísticos que disponham de património pessoal ou familiar, devolvendo à sociedade aquilo que dela receberam”.
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