Questionada sobre a existência de negociações para a entrada de novos acionistas na Partex, fonte oficial da Fundação Calouste Gulbenkian confirmou à Lusa que “tem havido contactos com grupos internacionais, com interesses no Médio Oriente, no sentido de se estudarem eventuais parcerias”.

“A Partex está atenta às oportunidades de negócio que surjam no mercado”, adiantou a mesma fonte, referindo que o processo está “numa fase de avaliação de possibilidades”.

A Fundação Calouste Gulbenkian detém 100% do capital da Partex, empresa que é liderada por António Costa Silva.

A Partex foi fundada em 1938, por Calouste Gulbenkian, que até então “tinha sido o grande promotor da criação da Iraq Petroleum Company, uma empresa que reuniu os interesses das empresas que hoje se chamam BP, SHELL, TOTAL, EXXON Mobil, e onde ficou com 5%, passando a ser conhecido como o “Mister Five Per Cent”.

Foi a Iraq Petroleum Company que iniciou toda a atividade da indústria petrolífera no Médio Oriente, juntando como parceiros o Iraque, Qatar, Abu Dhabi e Omã.

Calouste Gulbenkian entrou na Iraq Petroleum Company em nome individual, mas depois criou a empresa Participations and Explorations, daí o nome Partex, que assinou em 1939 a primeira concessão com Abu Dhabi.

Com a nacionalização de 60% da concessão em 1971, surgiu a empresa nacional ADNOC em Abu Dhabi, diminuindo a participação de todos os acionistas, o que no caso da Partex representou uma redução de 5% para 2%.

A ADNOC produz cerca de 1,5 milhões de barris de petróleo por dia, sendo a Partex titular de cerca de 30 mil barris de crude por dia.

Em março, em entrevista ao Público, António Costa Silva disse que a petrolífera registou em 2016 lucros “superiores a 60 milhões de dólares” (cerca de 56 milhões de euros) e as vendas terão atingido os 252 milhões de dólares (perto de 235 milhões de euros), recuperando de prejuízos de 146 milhões de dólares (136 milhões de euros) do ano anterior.

No início de maio, Isabel Mota tomou posse como presidente da Fundação Calouste Gulbenkian e elegeu a ação social como uma das prioridades para o seu mandato à frente da instituição sem fins lucrativos com 60 anos.

Primeira mulher eleita para liderar a Gulbenkian, Isabel Mota, 65 anos, sucedeu, na presidência do Conselho de Administração, a Artur Santos Silva, assumindo o compromisso de acompanhar “os mais vulneráveis, que deverão ser os principais beneficiários da atividade da Fundação”.

Nesses compromissos, também apontou “o futuro, prosseguindo o propósito de manter a Fundação a acompanhar os novos tempos, tanto em Portugal como nas diferentes comunidades que serve”.

Sobre o terceiro compromisso, disse: “A arte e a cultura, que nos dão a sabedoria e constituem os alicerces da tão necessária tolerância nos tempos conturbados em que vivemos”.

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