“Acho que é inaceitável que uma pessoa que representou o país ao mais alto nível como ministro da Economia não venha a público dizer aos portugueses claramente se houve ou não houve da parte dele recebimento de quantias do Grupo Espírito Santo [GES] ou de outra empresa enquanto governante”, afirmou Horta Osório.
O presidente do Conselho de Administração do Lloyds Bank falava aos jornalistas à margem da conferência “Perspetivas Económicas para Portugal e Zona Euro – Desafios do Brexit” que decorreu em Lisboa, mas que é fechada à comunicação social.
Para o banqueiro português, esta é uma “pergunta clara que deve ser respondida de forma inequívoca e é uma questão de dever”, considerando que os “portugueses exigem e merecem ter essa resposta”.
Horta Osório afirmou ainda “grande preocupação”, esperando que as responsabilidades sejam “rapidamente apuradas” e que haja as “devidas consequências” em função das conclusões que forem apuradas.
Há cerca de um mês, o jornal ‘online’ Observador noticiou as suspeitas de Manuel Pinho ter recebido, de uma empresa do GES cerca de um milhão de euros entre 2006 e 2012.
Os pagamentos, de acordo com o jornal, terão sido realizados a uma nova sociedade ‘offshore’ descoberta a Manuel Pinho, chamada Tartaruga Foundation, com sede no Panamá, por parte da Espírito Santo (ES) Enterprises — também ela uma empresa ‘offshore’ sediada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas e que costuma ser designada como o ‘saco azul’ do GES.
Na semana passada, a Assembleia da República aprovou, por unanimidade, uma proposta do Bloco de Esquerda para constituir uma comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de eletricidade, que vai abranger todos os governos entre 2004 e 2018.
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