O governante falava na audição conjunta com três comissões parlamentares para debate na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), que teve início cerca das 09:10.

"O investimento da IP previsto para 2018 eram 290 milhões de euros, para 2019 estão previstos 400 milhões de euros", prosseguiu o governante, em resposta a questões dos deputados.

"Vamos efetivamente reforçar muito ainda a capacidade de investimento em 2019 em relação a um ano em que a execução concreta corresponde a mais 139% do que o mesmo período do ano passado", salientou Pedro Marques.

Relativamente à CP, o governante disse que estavam orçamentados 43,8 milhões de euros, mas "não serão executados valores dessa ordem".

No entanto, "estamos ainda assim a prever que no próximo ano se mantenham valores dessa ordem ou até possam voltar a subir", acrescentou.

"Para isso tivemos que reforçar os recursos humanos que estão ao dispor da EMEF, porque o grande investimento da CP, além da aquisição de material circulante é efetivamente a questão da manutenção do material circulante", prosseguiu, salientando que não foi possível executar a quantidade de material circulante que se podia recuperar durante o ano 2018 "desde logo por falta de recursos humanos, e por isso entretanto se autorizou a contratação de mais 102 trabalhadores e se estabilizou a situação".

A isto se junta a regularização de 40 trabalhadores que estavam em situação precária.

"Com isto estancamos a sangria de recursos humanos daquela empresa [CP] que, já agora" - disse Pedro Marques, dirigindo-se ao deputado do CDS-PP Hélder Amaral - "deixaram um extraordinário inventário de necessidades", aludindo ao Governo anterior (PSD/CDS-PP).

"Com um inventário faço imenso investimento, o que nos deixaram foi uma redução de 20% dos funcionários da EMEF, podiam é ter inventariado alguns trabalhadores a mais para a EMEF, mas eu com inventários estou conversado", rematou, gerando reações da oposição, o que levou Teresa Leal Coelho, que estava a gerir os trabalhos, a pedir a criação de "melhores condições" para que ministro continuasse a falar.

"A capacidade de inventariar da direita é também correspondente ao aumentarem os decibéis para não serem esclarecidos, na verdade não querem ser esclarecidos sobre o Orçamento de 2019" nem sobre a execução do Portugal 2020, prosseguiu Pedro Marques.

O governante disse que a execução acumulada até 2018 é de 1.800 milhões de euros e que a execução total será de 1.000 milhões de euros, cuja meta será atingida em 2019.

No início da audição, a deputada do PSD Fátima Ramos criticou o governante, salientando que entre 2016 e 2017 o Executivo investiu "menos 1.640 milhões de euros do que se tivesse mantido o ritmo de crescimento de 2015".

A deputada chegou a classificar o Executivo como "o Governo mais centralista desde Salazar", numa alusão à gestão do processo das ardidas nos incêndios do ano passado.

Pedro Marques respondeu à deputada, convidando-a a visitar "todos os projetos de ferrovia" no país, salientando que Fátima Ramos "terá de calcorrear território".

O desencontro dos valores executados foi outros dos pontos levantados pela maioria dos deputados de ambos quadrantes.

[Notícia atualizada às 14h59]